segunda-feira, 31 de outubro de 2011

ONDE O PROTESTANTISMO ERROU ?




Johnny T. Bernardo

O Protestantismo completa hoje (31) 494 anos de serviços prestados ao Reino de Deus e à humanidade. No Brasil, não passa de 187 anos e com uma média de 30 milhões de evangélicos das mais diversas denominações, que inclui protestantes históricos, pentecostais e neopentecostais. No mundo, existem em torno de 590 milhões de seguidores. Apesar do crescimento exponencial, o Protestantismo falhou ao permitir que grupos dissidentes surgissem de seu meio a partir de líderes carismáticos que, descontentes com a doutrina ou a forma como a igreja mãe conduzia seus membros, partiram para a apostasia e criaram movimentos que hoje são referências mundiais.

Com missionários espalhados por diversas partes do mundo, religiões como as Testemunhas de Jeová, Mormonismo, Adventista do Sétimo Dia, Ciência Cristã, Igreja da Unificação etc., crescem em ritmo acelerado e contam com o apoio de centenas de dissidentes do Protestantismo - indivíduos com pouca formação religiosa (novos convertidos) que são atraídos pelas propostas e interpretações aparentemente “corretas” das Pseudocristãs. Também há casos de pessoas que foram membros de igrejas evangélicas por décadas seguintes, ministros do Evangelho e estudantes de Teologia que por algum motivo acabaram seduzidos por tais movimentos.

Os motivos pelos quais religiões como o Mormonismo ganham adeptos dentre os evangélicos são os mais diversos, como a pouca atenção dada à formação teológica, discipulado insuficiente, cultos rotineiros, isolamento da juventude etc. O mesmo vale para os que deixam o Protestantismo para se dedicar a uma nova religião, como é o caso de Charles Taze Russell que deixou o presbiterianismo para fundar a Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados. Russell faz parte do período descrito pelo historiador da Igreja Sydeney Ahlstrom, em seu livro A Religious History of the American People, como uma época de insatisfação e apostasia decorrente da decadência do Protestantismo. Embora não mencione Russell, Ahlstrom apresenta cinco movimentos que surgiram como resposta ao declínio da Igreja.

Os mais óbvios foram aqueles como Robert Ingersoll, Henry George, Edward Bellamy, Francis E. Abbot e Clarence Darrow, que abandonaram a Igreja, a despeito do forte interesse religioso que às vezes demonstravam, e tornaram-se defensores do agnosticismo, socialismo, da religião livre ou de pelo menos da total quebra das convenções. Mais moderados, porém igualmente perturbados, os liberais e os pregadores do evangelho social, que buscavam adaptar sua fé e a prática cristã às necessidades modernas mais prementes. Um terceiro grupo incluía aqueles cujo histórico étnico ou alegações particulares (ou ambos) não faziam parte da velha corrente protestante. Mórmons, cientistas cristãos, menonitas, unitarianos e outros movimentos divergentes pertenciam a esta categoria.


O quarto grupo era um vasto movimento interdenominacional dos que exigiam inovações na religião. A maioria dos adeptos estava perturbada pelo declínio da religião dos velhos tempos, com sua ênfase na conversão (...) ricos ou pobres, educados ou iletrados, rurais ou urbanos, batistas ou presbiterianos, estavam todos preocupados com o avanço do Liberalismo teológico e a diminuição do moralismo puritano. O nome dado ao movimento foi Fundamentalismo, adotado e usado pelos seus próprios lideres. O quinto e último grupo efetuou uma separação mais distinta do Protestantismo convencional do que a maioria dos fundamentalistas. [1]


Segundo George A. Mather e Larry A. Nichols, Ahlstrom considera o movimento Holiness, com sua ênfase na santificação e sua revolta contra o direito de ser membro da Igreja, como componente deste quinto grupo. Um segundo elemento que o Movimento Holiness rapidamente incorporou à sua teologia foi o Milenarismo, o qual experimentou um avivamento na Inglaterra e na América. Desta grande mistura de ideias emergiu um movimento que sobreporia a todos os demais em termos de crescimento e sucesso no século 20, na América. Este grupo tornou-se conhecido como Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados, ou simplesmente Testemunhas de Jeová. [2]

Com exceção da Igreja da Unificação e de alguns grupos minoritários, todas as principais dissidências do Protestantismo surgiram a partir dos EUA. Não só porque o país possui o maior número de protestantes do mundo (algo em torno de 160 milhões), mas também pelas características históricas e seus desdobramentos recentes. Ao período descrito por Ahlstrom pode-se acrescentar também o despertamento para o ocultismo, com o reconhecimento do voduísmo como religião (1803), a criação da Caveira e Ossos (1833), o ressurgimento do espiritismo por meio de uma fraude (1847), e a Sociedade Teosófica (1875). Tem-se a partir daí a formação (ao lado do Protestantismo) das duas principais tendências religiosas dos americanos: as Pseudocristãs e o Ocultismo em suas diversas correntes. No século XX as religiões orientais também passariam a compor tal realidade, mesclando-se a grupos cristãos e da Confissão Positiva. Dave Hunt faz a seguinte observação.

Poucas pessoas perceberão a óbvia e hipócrita contradição, pois tantos aceitaram o ensino hinduísta de que tudo é ilusão e que podemos criar com nossa mente qualquer coisa que desejarmos. Tal é o ensino da Escola Unitária do Cristianismo, da Ciência Religiosa, da Ciência da Mente, da Ciência Cristã, dos Seminários de Treinamento Erhard e de muitos outros grupos e “pensamento positivo” e de auto-ajuda da Nova Era. [3]


O que há de comum entre todos esses grupos e correntes é o Protestantismo. Os EUA é um país de origem protestante e tem em sua história indivíduos que contribuíram para o desenvolvimento da fé, mas também alguns que optaram seguir por um caminho alternativo. Essek W. Kenyon é fruto dessa realidade juntamente com Kenneth Hagin. Ambos foram influenciados pelos ensinos de Mary B. Eddy e contribuíram para o surgimento do que no Brasil ficou conhecido como Neopentecostalismo.

Se por um lado o Protestantismo errou, o inverso também é verdadeiro: o desejo de poder e os erros de interpretação do texto sagrado são também uma das causas do surgimento de movimentos paralelos, como o de Hagin, Kenyon e das seitas marginais. A participação dos pais na educação dos filhos constitui também um fator determinante do que eles serão no futuro. Onde há ausência das Escrituras, há indivíduos com tendência mística, liberal ou fundamentalista. Tais características e outras mais são encontradas nos movimentos oriundos do Protestantismo, com indivíduos que tiveram algum tipo de contato com o Evangelho (por influência dos pais ou experiência pessoal), enquanto outros tiveram uma participação mais efetiva (conversão). A seguir conheceremos alguns desses indivíduos, seu relacionamento com o Protestantismo e as religiões que eles fundaram.



Charles Taze Russell

De linhagem escocês-irlandesa, Russell nasceu em 1852, em Allegheny (atual distrito de Pittsburgh, Pensilvânia, EUA). Criado em uma família presbiteriana, demonstrou grande interesse pelas Escrituras e a religião. Conta-se que ele costumava escrever versículos da Bíblia em placas e muros de Allegheny na tentativa de converter os ímpios e alertá-los sobre o perigo do inferno ardente (doutrina que ele abandonaria mais tarde). Aos 13 anos deixa a Igreja Presbiteriana e dois anos depois se faz membro do Congregacionalismo, abandonando-o algum tempo depois ao se declarar cético.

Influenciado pelo pregador adventista Jonas Wendel e após uma parceria com N. H. Barbour (também adventista), Russell reavaliou sua crença nas Escrituras e mais tarde, em 1881, deu início a Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados através da qual passou a difundir seus conceitos, que incluía uma negação da divindade e personalidade do Espírito Santo, da existência de um inferno de fogo, o sono da alma etc. Embora acreditasse na divindade de Cristo, Russell defendia que ela somente foi concedida ao Filho de Deus após sua morte na cruz. Faleceu em 1916 e foi sucedido na presidência pelo juiz Joseph F. Rutherford que em 1931 mudaria o nome da organização para Testemunhas de Jeová.



Joseph Smith

Filho de Joseph e Lucy Smith, Joseph Smith nasceu em 23/12/1805, em Sharon, Vermont, EUA. Após uma crise financeira que atingiu os fazendeiros de Vermont, sua família muda para Palmyra, Nova York onde, algum tempo depois, Joseph Smith seria exposto ao Reavivalismo que fluía a partir do Condado de Ontário. Aos 15 anos de idade, sua mãe, seus dois irmãos Hyram e Samuel e sua irmã Sophronia convertem-se ao presbiterianismo. Sem se deixar seduzir pelo presbiterianismo, Joseph Smith inicia outro relacionamento com a Igreja Metodista que começa ainda em sua juventude e se estende até pelo menos o ano de 1828 quando teria aderido ao ministério.

A morte prematura de seu filho teria feito com que Joseph Smith repensasse seu projeto de “tradução” do Livro de Mórmon e aderisse ao Metodismo. Sua esposa, Emma Smith, frequentava a Igreja desde pelo menos os sete anos de idade, o que teria facilitado a aproximação. De fato, Joseph Smith teria procurado um pastor da Igreja Metodista de Harmony e pedido que o incluísse no livro de classe. Embora os registros da Igreja tenham se perdido com o tempo, uma declaração dada à época por um grupo de metodistas a um jornal de Illinóis e de seu excerto no livro Enigma: Emma Hale Smith, de Linda Newell e Valeen Avery (University of Illinóis Press, 1994, pág. 25) revela que a adesão de Smith ao metodismo realmente ocorreu, embora tenha durado apenas três dias a seis meses.

Proibido de frequentar a Igreja Metodista por conta de suas doutrinas estranhas e praticas fraudulentas, Joseph Smith decide levar adiante seu projeto de tradução das placas que, segundo lhe teria revelado um anjo chamado Moroni, continha “outro testemunho de Jesus Cristo”. Em 1830 publica o primeiro exemplar do Livro de Mórmon e no mesmo ano funda a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (nome este dado à Igreja quatro anos depois, em 1834).

Um fato curioso sobre o Livro de Mórmon consta de uma declaração do apologista cristão J. K. Van Baalen. Segundo ele, em 1812 um pastor presbiteriano aposentado, chamado Salomão Spaulding, escreveu um livro contendo uma história fictícia dos primitivos habitantes da América. Morreu sem publicar o livro. O manuscrito caiu nas mãos de Sidney Rigdon, ex – pastor batista que mais tarde aderiu à Igreja SUD e se tornou o mentor intelectual de Joseph Smith. Antes de sua conversão, Rigdon teria pastoreado uma Igreja Batista de Mentor, Ohio, da qual eram membros alguns dos futuros lideres da Igreja SUD, como Parley P. Pratt, Isaac Morley e Edward Partrige.


Guilherme Miller


Filho mais velho dentre 15 irmãos, Guilherme Miller nasceu em 15/02/1782, em Pittsfied, Massachusetts. Aos quatro anos de idade seus pais mudam para Nova York. Apesar de sua formação batista – seus pais frequentavam uma Igreja Batista de Low Hampton -, Miller aderiu ao deísmo após seu casamento com Lucy, em 1803. Sua participação na Guerra de 1812, primeiro como voluntário e depois como capitão, causou profundas mudanças em sua forma de ver o mundo e a religião. A recente perda de seu pai e irmã levou Miller a uma nova concepção sobre a vida e a morte. Regressou à Igreja Batista e algum tempo depois começou a pregar e anunciar a segunda vinda de Cristo.

Convicto de que o advento deveria acontecer em 1843, Miller passou a divulgar abertamente sua crença e obteve apoio dos batistas. Começando por Dresden (NY), ministrou palestras por todo o país, falando em igrejas batistas, congregacionais e metodistas. A América foi tomada por um novo avivamento: a dos crentes no Advento de 1843. Multidões convergiam para os EUA em busca de salvação. Em 1840 cerca de 100 mil pessoas seguiam Miller. Chegou o ano prometido e nada aconteceu. Miller disse que se enganou e que a data correta seria 22/10/1844. Ao chegar à nova data, mais uma decepção. Envergonhado e solitário, Guilherme Miller decidiu não mais prever o retorno de Cristo. Seguiu como membro da Igreja Batista, vindo a falecer em 1849.

Mesmo com a retratação de Miller e abandono de suas ideias, alguns de seus discípulos decidiram dar continuidade ao movimento. Em maio de 1863 três grupos se juntaram para fundar a Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia. O primeiro era liderado por Hiram Edson, ex – metodista de Port Gibson. Segundo ele, Miller não estava equivocado em relação à data da vinda de Cristo, mas sim em relação ao local. Disse ele que na data profetizada por Miller, Cristo havia entrado no santuário celestial para fazer uma obra de purificação. O segundo tinha como líder Joseph Bates, ex-marinheiro que conheceu o Evangelho em uma viagem. Embora sem um histórico protestante, Bates observava o sábado e chegou a escrever um livro sobre o assunto. O terceiro grupo era formado por Ellen Gould White, que dizia ter o dom de profecia e que dos doze aos dezessete anos frequentou, juntamente com seu pai, a Igreja Metodista de Buxton, Maine, tendo sido batizada por imersão em 1842 (então com 17 anos). [4]

Conclusão

O número de pessoas que deixaram o Protestantismo para fundar ou se associar a novas religiões nos EUA e em outras partes do mundo é surpreendente, apesar de não existir uma estatística oficial. Charles T. Russell, Joseph Smith e Ellen G. White (esta última como principal mentora do Adventismo) constituem apenas a ponta do iceberg. Após eles inúmeros outros protestantes ganhariam destaque internacional, como David Berg (ex-pastor da Igreja Discípulos de Cristo e fundador da seita Os Meninos de Deus, hoje chamada de “A Família”), Mary Baker Eddy (ex-membro da Igreja Congregacional Trinitária e fundadora da Ciência Cristã), William Marion Branham (ex-membro de uma Igreja Batista e fundador do Tabernáculo da Fé).

Fora dos EUA, encontramos casos como o do norte-coreano Sun Myung Moon (ex-presbiteriano e fundador da Igreja da Unificação), James Anderson (pastor presbiteriano e fundador da Maçonaria. Apesar de não ter deixado o presbiterianismo, James colaborou com o surgimento de inúmeras outras sociedades secretas e clubes, muitos dos quais de caráter ocultista), Luigi Francescon (ex-diácono da Primeira Igreja Presbiteriana de Cavasso Nuovo, Itália e fundador da Congregação Cristã no Brasil) e Aldo Bertoni (ex-presbiteriano e atual presidente da Igreja Apostólica Santa Avó Rosa, fundada em 1954 no Tatuapé, SP).


Notas

1. MATHER, George e Larry Nichols, Dicionário de Religiões, Crenças e Ocultismo, pág. 449, Editora Vida, 2000
2. Ibidem, pág. 449
3. HUNT, Dave, Hitler, o quase – anticristo, págs. 55 – 56, Chamada da Meia Noite
4. OLIVEIRA, Raimundo, Seitas & Heresias, um sinal dos tempos, pág. 68, CPAD, 1994


FONTE:GENIZAH = BLOG

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

POR QUE A IGREJA PRECISA DE UMA NOVA REFORMA




A Reforma Protestante do Século XVI foi o maior movimento na igreja cristã depois do Pentecostes. Não foi uma inovação, mas uma volta ao cristianismo puro e simples, uma retomada da doutrina apostólica, um retorno às Escrituras. A igreja cristã havia se desviado da verdade, e introduzido doutrinas e práticas estranhas às Escrituras. O culto às imagens, a mediação dos santos, a veneração a Maria, a salvação pelas obras, o confessionário, o purgatório, as reliquias, as indulgências e a infalibilidade papal foram desvios gritantes que encontraram guarida na igreja. Urgia uma Reforma, e Deus preparou o momento e as pessoas certas para essa volta às Escrituras. No dia 31 de Outubro de 1517, o monge agostiniano Martinho Lutero, fixava nas portas da igreja de Wittenberg suas noventa e cinco teses contras as indulgências, deflagrando, assim, esse decisivo movimento.

Hoje, ao olharmos o cenário religioso brasileiro constatamos que a igreja evangélica precisa de uma nova Reforma. Desviamo-nos do caminho da ortodoxia. As verdades essenciais da fé evangélica estão ausentes de muitos púlpitos chamados protestantes. Novidades forâneas às Escrituras têm sido introduzidas nas igrejas sob a conivência de uns e o silêncio de outros. A igreja protestante já não protesta mais. Somos chamados de evangélicos, mas o puro evangelho está escasseando em muitas igrejas. Temos influência política, mas falta-nos autoridade moral. Temos poder econômico, mas falta-nos poder espiritual. Temos um explosivo crescimento quantitativo, mas falta-nos o crescimento qualitativo.Precisamos de uma nova Reforma. Alistaremos a seguir três motivos que exigem uma nova Reforma já.

1. Porque o liberalismo teológico tem assaltado muitas igrejas em nossa Pátria - O mesmo liberalismo que devastou as igrejas na Europa, e na América do Norte chegou às terras brasileiras, e seu fermento maldito está presente em muitos seminários, e este veneno letal tem sido espalhado das cátedras para os púlpitos e dos púlpitos para os crentes e assim, muitas igrejas já não crêem mais na inerrância e suficiência das Escrituras. Em consequência desse colapso espiritual há algumas igrejas que defendem um concubinato espúrio entre cristianismo e evolucionismo, negando a realidade da criação, conforme registrada em Gênesis 1 e 2.


2. Porque o misticismo sincrético tem invadido muitos arraiais evangélicos - Temos visto a igreja evangélica brasileira capitular-se ao misticismo pagão. O verdadeiro evangelho está ausente de muitos púlpitos. Prega-se sobre prosperidade e não sobre salvação. Prega-se sobre curas e milagres e não sobre arrependimento e novo nascimento. O lucro substituiu a mensagem da salvação em muitas igrejas. Temos visto igrejas se transformando em empresas, o púlpito em balcão, o evangelho num produto e os crentes em consumidores. Além desse descalabro, muitas crendices têm substituído a verdade em não poucas igrejas. Esses crentes incautos têm se alimentado do farelo do sincretismo em vez de serem nutridos pelo Pão da Vida. Há crentes que olham para a Palavra de Deus como um livro mágico e consultam a Bíblia como se ela fosse um horóscopo. Há aqueles que colocam um copo d’água sobre o aparelho de televisão, enquanto o suposto homem de Deus ora, pensando que essa água "benzida" tem poder extraordinário. Essas práticas não são bíblicas e devem ser reprovadas. Urge certamente uma nova Reforma.


3. Porque muitas igrejas se acomodaram a uma ortodoxia morta – A Reforma restaurou não apenas a supremacia das Escrituras e a primazia da pregação, mas também, enfatizou a necessidade de uma vida piedosa. Não podemos separar a teologia da vida; a doutrina da prática; a ortodoxia da piedade. Não basta conhecer a verdade, precisamos ser transformados por essa verdade. Na Igreja Reformada encontramos teologia pura e vida santa.


Rev. Hernandes Dias Lopes

domingo, 23 de outubro de 2011

A FALSA DOUTRINA DO ESPÍRITO HUMANO DORMIR NA SEPULTURA




Este ensino não tem qualquer apoio nas Sagradas Es-crituras. É difundido pelos adventistas do sétimo dia. Abordamos a seguir alguns pontos dessa falsa crença do espírito humano dormir no pó da terra após o falecimento do corpo.


1. Tomando Mateus 17.3, eles ensinam que, da sepul-tura, Moisés ressuscitou para estar na cena da transfigura-ção. Se isso fosse verdade, seria Moisés e não Jesus as "primícias dos que dormem", conforme afirma 1 Coríntios 15.20. Moisés veio do Céu para aquela reunião como repre-sentante da Lei, assim como Elias veio representando os profetas.

2. Outro ponto desse falso ensino mencionado é que o espírito humano jaz na sepultura com os restos mortais do corpo. Se isto fosse verdade, o crente só iria para o Céu após a ressurreição do corpo. Na morte, o espírito separa-se do corpo (Tg 2.26). (Ler também 1 Reis 17.21,22; Lucas 8.54,55.) A parte do homem que volta ao pó é aquela que do pó foi feita (Gn 3.19 e Ec 12.7). A sua parte espiritual (alma e espírito) não foi feita do pó; volta para Deus (Sl 146.4; Ec 12.7). Isto não quer dizer que o ímpio ao morrer, seu espírito habite na glória celestial. "Volta para Deus", como diz Eclesiastes 12.7, significa ficar sob o controle de Deus, como afirma Romanos 14.9, a respeito do senhorio dos mortos, por Jesus.

3. Ensinam ainda que os mortos estão inconscientes. Citam Eclesiastes 3.19,20 e 9.5,6. O livro de Eclesiastes é o registro divino do raciocínio do homem natural, o homem "debaixo do sol”.Eclesiastes 3.19,20 refere-se à morte do corpo físico e seu sepultamento. Por sua vez, a declaração de Eclesiastes 9.5: "os mortos não sabem coisa nenhuma" refere-se também ao homem físico. Neste versículo, a frase "a sua memória ficou entregue ao esquecimento" refere-se à lembrança dos vivos com relação aos que já morreram.

Neste particular, Jesus em Lucas 16.19-31, mostra que, após a morte, o espírito não fica jazendo no pó da teira. Na passagem em apreço vemos que o rico, tendo sido sepulta¬do, achou-se no Hades. Lázaro também, tendo morrido, achou-se no Paraíso. Melhor fonte de ensino do que o de Jesus não existe. È que, infelizmente, muita gente pensa que sabe mais que Jesus...
4.Alegam eles que a Bíblia refere-se à morte empregan¬do o termo "dormir", logo, o estado dos mortos é de inatividade e inconsciência, como no sono. Um estudo compa¬rativo das Escrituras mostra que "dormir", nas referências bíblicas, designa a morte física, porque, ao falecer, a pes¬soa perde a consciência para com este mundo, acordando no outro, que pode ser de felicidade ou de sofrimento.
O morrer é chamado dormir, na Bíblia, porque todo morto será acordado fisicamente um dia. No sono natural o corpo desliga-se parcialmente da alma, e a voz humana é suficiente para acordar a quem está dormindo. Já ã morte é uma total separação entre o corpo e a alma, mas só a voz de Cristo é poderosa para um dia acordar todos os faleci¬dos. (Ler João 5.28,29.)

Vejamos alguns casos bíblicos:

a. Atos 7.59,60.Aqui, Estêvão dormiu, mas seu espírito foi para o Céu (v. 59). Logo, o dormir aqui, refere-se ao cor¬po somente.

b. Mateus 27.52,53.Aqui lemos: "abriram-se os sepul¬cros e muitos corpos de santos, que dormiam, ressuscita¬ram". Eram os corpos que dormiam, não os espíritos.

c. João 11.11.Aqui, Jesus afirmou que Lázaro dormia. Mais adiante, no versículo 14, Ele disse que Lázaro estava morto. Mais adiante ainda, no versículo 39, está escrito que Lázaro cheirava mal. Logo, o que estava dormindo só podia ser o corpo, porque um espírito não cheira mal. (A não ser esses espíritos "criados" por eles...)

d.João 11.26. Aqui Jesus afirma que quem nele crê nunca morrerá. Isso mostra que o espírito nunca morre; pois é o corpo que realmente morre.

5. Morte, no sentido bíblico, não significa extinção, e sim separação. Disse Jesus ao malfeitor moribundo: "Hoje estarás comigo no Paraíso" (Lc 23.43). O crente fiel, ao morrer, entra na glória celestial (2 Co 8.3; Fp 1.23). Morte física é a separação entre o espírito e o corpo. Isso ocorre no falecimento da pessoa. Morte espiritual é o estado do pe-cador separado de Deus, devido ao pecado. (Comparar Gê-nesis 2.17 com Efésios 2.1 e 1 Timóteo 5.6.) A morte eterna é o estado do ímpio eternamente separado de Deus, na ou¬tra vida. É também chamada segunda morte em Apocalip¬se 20.6,14; 21.8.

FONTE: CALENDÁRIO DA PROFECIA - Pr Antonio Gilberto pág 24,25.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

PREGADOR AMERICANO DIZ QUE O MUNDO VAI ACABAR AMANHÃ SEXTA-FEIRA 21 DE OUTUBRO DE 2011




Pode se preparar para o apocalipse: ele ocorrerá na próxima sexta-feira (21). É o que garante o pregador americano Harold Camping, de 80 anos. O religioso já havia divulgado uma data para o fim do mundo - 21 de maio. Informou até o horário: 20 horas.

Como nada aconteceu, Camping remarcou, sem maiores explicações e no maior descaro, o dia em que o planeta Terra virará pó. Afirmou apenas que errou seus cálculos, como um meteorologista que aponta chuva em vez de sol numa tarde.

Ele só não explica como o mundo vai terminar de uma hora para outra. Diz apenas que isso vai acontecer em 21 de outubro de 2011, segundo interpretações que ele, um pregador evangélico, fez da Bíblia. Esse, de acordo com Camping, é o "Dia do Julgamento". Do quê? De tudo, explica vagamente o idoso.


Camping confirmou a data da calamidade total da Terra no site da Family Radio, um programa de rádio da estação de mesmo nome baseada em Oakland, no estado da Califórnia (EUA).

Em junho, quase um mês depois de errar a previsão do fim do mundo, Camping se equivocou ao não conseguir antecipar o epílogo da própria vida. O religioso teve um acidente vascular cerebral. Foi parar no hospital e, na volta, recuperado - ou aparentando estar bem -, repetiu aos fiéis e à humanidade: a catástrofe final vem aí em 21 de outubro, e não se fala mais nisso.

Harold Camping prevê que 21 de outubro vai ser o 'Dia do Julgamento'.
Ela havia previsto o fim do mundo inicialmente para 21 de maio, mas errou.

O pregador evangélico Harold Camping, que ficou mundialmente famoso ao "prever" o fim do mundo para 21 de maio passado, afirmou que o "Dia do Julgamento" deve ocorrer nesta sexta-feira, 21 de outubro.
A confirmação da previsão, já feita anteriormente, está no site do Family Radio, programa de rádio de Camping, de 80 anos.

O pregador Harold Camping durante entrevista em 23 de maio -dois dias após a data em que havia marcado o 'fim do mundo'- em Oakland, no estado americano da Califórnia (Foto: AP)

Camping havia chamado a atenção ao afirmar que o "Dia do Julgamento", conforme prevê a Bíblia, ocorreria às 20h de 21 de maio último, o que não ocorreu.
Seus seguidores afirmaram terem ficado perplexos com o fato de o mundo não ter acabado.
Mais tarde, Camping afirmou que cometeu enganos em seus cálculos e remarcou o fim do mundo para 21 de outubro.
Desta vez, ele avaliou que não seria necessário fazer tanta publicidade como em maio.
Camping recupera-se bem de um acidente vascular cerebral sofrido em junho.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

O PASTOR CIRO ZIBORDI SÓ SABE CRITICAR





Às vezes, leio nas redes sociais e na blogosfera: “O pastor Ciro Zibordi só sabe criticar”. Lamento, mas, segundo a Palavra de Deus, cabe a mim, como servo do Senhor, julgar, provar, examinar, investigar, questionar, analisar, discernir, denunciar o erro, principalmente nesses últimos dias, em que pregadores e cantores ditos evangélicos propagam vários desvios do Evangelho (1 Co 2.15; 1 Ts 5.21, ARA).

É dever de todos os obreiros do Senhor fazer um exame perspicaz de todas as coisas. Jesus condenou o julgamento no sentido de caluniar: “Não julgueis, para que não sejais julgados” (Mt 7.1). Aqui pode ser enquadrada a fofoca. Entretanto, Ele também asseverou que temos de nos acautelar dos falsos profetas e apresentou critérios pelos quais podemos julgá-los pelos seus frutos, isto é, discernir as suas ações, prová-las, examiná-las (Mt 7.15-23; Jo 7.24).

Todas e quaisquer palavras — pregadas ou cantadas — precisam ser examinadas. E o que estiver errado deve ser denunciado. Isso não é fofoca ou crítica destrutiva. A única coisa que dispensa qualquer comentário é a Palavra de Deus, pois é perfeita (Sl 19.7), provada (Sl 18.30), refinada (2 Sm 22.31) e muito pura (Sl 119.140; Pv 30.5). Não devemos desprezar nada do que ouvimos, vemos e sentimos. Porém, cabe a nós provar, examinar se tudo provém do Senhor (At 17.11b; Hb 13.9). Afinal, não devemos confundir pregações com falações, nem hinos com canções.

Qualquer escritor que, hoje, combata o erro não tem sido visto com bons olhos pelos fãs de cantores e pregadores. No entanto, o apóstolo Paulo asseverou, inspirado por Deus, que convém imitá-lo, assim como imitava a Cristo (1 Co 11.1). Como o doutor dos gentios lidava com os enganadores que havia no meio do povo de Deus? Ele não se omitia quando via os crentes fazendo coisas erradas. Antes, reagia: “Mas, quando vi que não andavam bem e direitamente conforme a verdade do evangelho, disse a Pedro na presença de todos: Se tu, sendo judeu, vive como os gentios e não como judeu, por que obrigas os gentios a viverem como judeus?” (Gl 2.14).

Às vezes, Paulo se valia da ironia para levar os enganadores e enganados a uma reflexão: “Já estais fartos! Já estais ricos! Sem nós reinais! E prouvera Deus reinásseis para que também nós reinemos convosco!” (1 Co 4.8). Ele era enérgico, quando necessário, e até usava expressões que muitos hoje considerariam ofensivas. “Ó insensatos gálatas! quem vos fascinou para não obedecerdes à verdade, a vós, perante os olhos de quem Jesus Cristo foi já representado como crucificado?” (Gl 3.1).

Engana-se quem pensa que Paulo ficaria hoje “em cima do muro” e nada diria aos que propagam doutrinas falsificadas por meio de pregações atraentes e canções de sucesso, temendo ser tachado de fofoqueiro ou coisa parecida. Ele fazia duras acusações sem mencionar nomes: “Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse e agora também digo, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo” (Fp 3.18), porém era possível saber de quem estava falando (Tt 1.10-12). E, quando necessário, em circunstâncias extremas, citava nomes (2 Tm 4.10,14).

Finalmente, Paulo — que, com certeza, seria chamado de crítico, se vivesse em nossos dias — também disse: “E, quanto àqueles que pareciam ser alguma coisa (quais tenham sido noutro tempo, não se me dá; Deus não aceita a aparência do homem), esses, digo, que pareciam ser alguma coisa, nada me comunicaram” (Gl 2.6). Da mesma forma, o salvo em Cristo não é obrigado a dizer “amém” para as heresias, os modismos e o estrelismo dos cantores-ídolos e super-pregadores da atualidade.

Ciro Sanches Zibordi

FONTE: BLOG CIRO

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

PILATOS - " ARRUINANDO A VIDA"

Pôncio Pilatos, que figura! “Pôncio” significa “pertencente ao mar”. “Pilatos” é um apelido, derivado de “pilus” (dardo). Presume-se que recebeu dos militares por ter sido exímio lançador de dardos. Mas era uma forma de designar uma pessoa explosiva (“lançar dardos”). A história mostra que era um homem violento. No ano 25 foi designado como o quinto procurador da Judéia. Ficou até o ano 36. Levou a esposa consigo (Mt 27.19). Entrou para a história como um péssimo administrador. Espiritualmente, seu desastre foi pior. Vejamos.



1. UMA SÍNTESE DE UMA VIDA ARRUINADA

Comandava o exército de ocupação: 120 homens de cavalaria e cinco coortes (cerca de 5.000 homens de infantaria). Tinha poderes de vida e morte, podia reverter sentenças decretadas pelo sinédrio (que tinha que submeter suas decisões a ele), nomeava sacerdotes, controlava o templo e suas finanças. Colocou imagens do imperador em Jerusalém, o que provocou uma revolta tão grande dos judeus que teve que tirá-las. Usou o dinheiro do templo para construir um aqueduto que trazia água de uma fonte a 40 km de distância. Os judeus se revoltaram e ele lançou as tropas contra eles. Esta revolta foi comanda pelos galileus, e Pilatos misturou o sangue deles com o sangue dos sacrifícios do templo (Lc 13.1-2). Na construção do aqueduto, caiu a torre do Siloé sobre alguns judeus e os matou (Lc 13.4). Depois do caso Jesus, matou um grande número de samaritanos que seguiam um falso messias e se reuniam no monte Gerizim. O impacto foi enorme e teve que voltar a Roma para responder a julgamento. Suicidou-se no reinado de Gaio, no ano 41.

2. UMA VIDA COM POSSIBILIDADES DIANTE DE CRISTO

Recebeu uma admoestação da esposa sobre Cristo (Mt 27.19). Mas sua abordagem ao problema chamado Jesus é curta e grossa: Jo 18.29. Tenta ignorá-lo: Jo 18.31. O diálogo é impressionante pela falta de interesse de aprender alguma coisa. No v. 38 faz a pergunta mais importante que um homem pode fazer, mas não esperou a resposta. Tentou inocentar a Jesus (Jo 19.1-5). Teve medo (v. 8). A postura de Jesus diante da situação o impressionou (vv. 10 e 12). Parece que tentou remediar a situação: vv. 19-22. O que quis, realmente, dizer?

3. UMA VIDA TENTANDO SE EXIMIR DIANTE DE CRISTO

Lavou suas mãos ao entregar Jesus aos judeus (Mt 27.24). Conhecia o judaísmo e sabia o que isto significava: Deuteronômio 21.6-7. Mas a morte de Jesus teve autores conhecidos, e este ato legal não se aplicava a ele. Uma lição: ninguém pode lavar as mãos diante de Jesus e dizer que não tem nada a ver com isso. Jesus é um desafio que diz respeito a todas as pessoas.

CONCLUSÃO

“Como Pilatos no credo” Usa-se esta expressão para se referir a alguém que recebe culpa sem a ter. Porque o Credo dos apóstolos diz, sobre Jesus: “Padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos”. Mas ele não foi inocente. Era o homem que podia inocentar a Jesus. Mas foi covarde. Entrou para a história como um desastrado político. Mas muitos políticos são assim. O pior é que foi um desastre com a sua vida. Que advertência! Usemos bem a nossa, e não nos envergonhemos ou temamos posicionar-nos por Cristo. Ele não aceita que lavemos nossas mãos.

FONTE : BLOG MARCELO OLIVEIRA

domingo, 2 de outubro de 2011

QUANDO A CRISE MOSTRA A SUA FACE - LIÇÃO 1 DO 4ª TRIMESTRE DE 2011




A existência humana é marcada por altos e baixos, isto é, por sucessos e fracassos. Na experiência da fé o sucesso individual ou coletivo está diretamente relacionado a capacidade humana em entender e submeter-se a vontade de Deus. No Salmo primeiro temos uma perfeita noção dessa realidade. Em maior parte os momentos de crise vivenciados pelo povo de Deus, conforme registrado no Antigo Testamento através relato na história do povo Hebreu, ocorreram como resultado da desobediência e pecados cometidos pelo povo de Deus num contexto geral. Todavia, nem sempre as crises que homens e mulheres crentes enfrentam são geradas pelos seus próprios erros. Nesse contexto as crises se constituem em grandes oportunidades para testarmos a nossa própria determinação, a nossa capacidade de perseverarmos sem jamais aceitarmos a decretação miséria. Como nos diz salmista no Sl 20.8 “uns se encurvam e caem, mas nós levantamos e estamos de pé”. Os que se encurvam são aqueles que desistem quando a crise apresenta a sua verdadeira face, perdem a esperança, entregam as armas e assumem a fatalidade da derrota. A fé em Deus proporciona uma esperança ilimitada, e uma capacidade para se enxergar possibilidades além de qualquer previsão humana. Aquele que tem fé ainda que venha cair, mesmo assim encontrará forças para levantar e continuar de pé para enfrentar a crise com postura, integridade, fibra de caráter e esperança na certeza de que dias melhores hão de chegar. A nossa primeira lição do último trimestre/2011 traz uma abordagem sobre um desses momentos críticos vivido pela nação judaica alguns anos após o exílio babilônico. Tudo começa quando um hebreu chamado Neemias, provavelmente um descendente de uma família da nobreza judaica e também da linhagem davídica, que estava a serviço do Rei da Pérsia, Artaxerxes I, recebeu uma comitiva de Judeus oriundos de Jerusalém que lhe trouxeram notícias sobre a caótica e decadente situação em que se encontrava a cidade de Jerusalém.

CONTEXTO SOCIAL E POLÍTICO RELACIONADO COM O “PROJETO NEEMIAS”

Os dois primeiros capítulos do livro de Neemias introduzem o “projeto de Neemias” ; reedificar a cidade de Jerusalém (Ne 2.5). O texto de Ne 1-2 forma um pequeno bloco literário e de conteúdo coeso dentro do livro de Neemias. A maioria dos estudiosos entende que o texto é composto por duas partes perfeitamente relacionadas, cujo o tema principal é o estado e destruição de Jerusalém. Falar de programa de reconstrução de Jerusalém e reorganização de Judá não significa dizer que houve um programa com metas estabelecidas que se queria atingir; significa muito mais descrever o processo dentro do qual Judá foi sendo reorganizado. Ao que parece, esse processo foi deveras complicado. Não se pode esquecer também que o período entre a destruição de Jerusalém e a reconstrução de seu muro foi de quase um século e meio. É importante ficarmos cientes que no período exílico, Judá não era um “deserto populacional” como alguns pensam. Segundo algumas pesquisas, a população de Judá nesse período girava em torno de 180.000 habitantes. Conforme o Livro de Esdras, já no primeiro ano após a conquista da Babilônia (538 a. C.), Ciro autorizou o retorno dos exilados e a reconstrução do templo de Jerusalém. O ponto inicial para o processo da volta dos exilados foi a promulgação do Edito de Ciro, cuja a variante do texto aramaico se encontra em Ed 6.3-5. São mencionados vários grupos que retornaram do exílio. Ainda de acordo com estudioso Kreissig, na metade do V a. C. a população de Judá já contavam com aproximadamente 210.000 pessoas, correspondendo a uma densidade demográfica em torno de 130 habitantes por Km quadrado. A descrição do estado de Jerusalém por ocasião da chegada de Neemias parece evidenciar que a cidade e o templo foram restaurados em períodos diferentes, de modo que faz sentido encontrar diferentes tradições acerca de pessoas que reedificaram o templo (Ed 1 e 3). Os livros dos profetas Ageu, Zacarias e Malaquias parecem revelar que o interesse de reconstrução em Jerusalém, nas primeiras décadas, foi muito mais no âmbito particular. Isso a tal ponto que Ageu critica severamente tal comportamento: “Acaso é tempo de habitardes vós em casas apaineladas, enquanto esta casa permanece em ruínas?” (Ag 1.4). Quando Neemias chegou a Jerusalém em 445 a. C., ainda encontrou a cidade de Jerusalém em situação desoladora. Os muros estavam destruídos a cidade em situação desoladora. Os muros estavam destruídos e o portões queimados (Ne 1.1-13). Todavia, mesmo após a reconstrução dos muros, a cidade ainda estava quase desabitada (Ne 7.4). Tudo parece indicar que ela voltou a ter uma vida ordinária, mas que de certa forma Jerusalém ainda não havia se tornado um pólo próspero e atrativo até a metade do V século a.C.

Um pouco antes da atuação de Neemias, a dinastia aquemenida tinha estado envolvida com assassinatos na disputa pelo trono. Xerxes (486-465 a.C.) fora asssssinado em 465 a.C., quando assumiu seu filho, Artaxerxes I (465-424 a.C.). Para galgar o trono, ele teve que mandar eliminar os seus irmãos. Quando Neemias chegou a Jerusalém em 445 a. C., pobreza e penúria reinavam na cidade. A partir do livro do profeta Malaquias são conhecidos alguns males morais e cultuais da vida comunitária. Algumas pesquisas têm chegado a conclusão de que a indicação de Neemias para a reconstrução do muro foi favorecida por uma forte motivação política, tendo em vista a ocorrência de revoltas em algumas Satrapias, o império buscava uma situação mais estável ou mais eficácia da administração persa em Judá. Talvez o rei achasse sensato reconstruir Jerusalém, a fim de ter um pequeno forte ao sul de Judá. Além do mais, era muito importante que na Judéia houvesse um súdito leal a ao rei, considerando-se as recentes rebeliões havidas. A grande maioria dos estudiosos vincula a destruição mencionada em Ne 1.2-3, de uma outra maneira, com o relato de Ed. 4.23. Os acontecimentos narrados em Ed 4.7-23 devem ser datados nos primeiros anos do reinado de Artaxerxes I. Neste período os habitantes de Samaria e os funcionários persas de Samaria procuravam dificultar a reconstrução de Jerusalém, especialmente do muro. A partir de Ed. 4.23 e de Ne 1.1, Schneider entende que inclusive uma parte da cidade, que havia sido restaurada, foi novamente destruída com violência e fogo. Para ele, a situação relatada pelas pessoas que vieram de Judá é conseqüência do mais recente decreto de Artaxerxes I (Ed 4.17-23), que determinou a interrupção da obra de restauração de Jerusalém. Outros estudiosos também concordam que a destruição relatada para Neemias deve ter tido lugar algum tempo após a missão de Esdras.

A ORAÇÃO É O PRIMEIRO RECURSO DE NEEMIAS

Neemias estava vivendo em uma situação muito confortável e de muito status político e social. Na nossa compreensão, conforme os nossos padrões profissionais, a profissão de copeiro, ainda que fosse do presidente da república, nunca seria encarada como um alto posto nos dias atuais, porém, naquele contexto a situação era bem diferente. O copeiro o rei era uma pessoa de sua extrema confiança, pois, ele era o responsável para impedir que o rei viesse a ser envenenado, participava de grande parte da privacidade do rei e muitas vezes se tornava confidente dele, o que nos parece ter sido o caso de Neemias. O fato de Artaxerxes questionar Neemias sobre a angustia que ele expressava por meio do semblante, demonstra que o rei tinha uma certa afinidade por ele, pois, geralmente os reis persas se mostravam indiferentes aos problemas sentimentais dos seus súditos e não costumavam misturar problemas pessoais com profissionais. A função de copeiro rei era tão importante, que alguns deles, muitas vezes exerciam paralelamente a essa função, altos cargos na administração pública, a semelhança de um ministro de estado. A abertura da oração de Neemias tem um paralelo com Dn 9.4. A linguagem deuteronomista perpassa toda a oração. Ela indica que Neemias era bem versado nessa linguagem e um estudioso das Escrituras, do contrário não poderia usar o AT tão livremente, como se pode perceber também em outras partes do livro (Ne 13.10,12,15). Neemias introduz a oração, não para comprovar sua piedade, mas para levar à presença de Deus toda problemática da qual tomou conhecimento. Neemias expressa sua fé quando recorre à oração. Ele reconhece que Deus é “grande e temível”, único e universal, é o Deus dos céus”. Todavia, o Deus que terá misericórdia dos que estiverem prontos ao arrependimento. Neemias se atém, assim, á promessa de que Deus é fiel àqueles que permanecem fiéis ao Senhor e mantém a sua aliança. É na lembrança dessa promessa que Neemias baseia sua esperança: Deus ouvirá sua oração. Miséria e exílio são conseqüência da ira divina. Neemias invoca Deus, pedindo sua atenção (v.6) e apresentando-lhe a confissão de pecados, dos seus próprios e dos seus irmãos (VV. 6-7). No reconhecimento de que a pessoa só pode estar diante de Deus depois de confessar sua culpa, o primeiro conteúdo concreto da oração é a confissão de culpa. A auto-inclusão de Neemias nessa confissão demonstra sua honestidade. Após a confissão de pecados, segue-se o pedido de fato: Deus havia anunciado o exílio como castigo para a quebra da fidelidade, mas também havia prometido salvação aos arrependidos (Dt 30.1-5). Neemias está apelando para a promessa de Javé. O apelo de Neemias é um apelo à misericórdia de Deus. A situação de Judá mostra que Deus cumpriu sua palavra, quando disse que puniria o povo se este persistisse no pecado. Neemias vê essa condição calamitosa de Judá como indicação do poder de Deus (Jr 18.6). Dessa forma, ele defende que Deus é igualmente capaz para restaurar a sorte de Judá, desde que haja sinais de arrependimento. No final da oração, Neemias volta a invocação inicial de que Javé lhe ouça a oração, mas agora com um aspecto muito concreto: que ele, Neemias, encontre um ouvido aberto da parte do rei. O pedido de que “seja bem-sucedido hoje o teu servo” (v.10) deve se referir aos planos de Neemias de reconstruir Jerusalém; que Neemias tenha sucesso no seu arrependimento de pedir ao rei que lhe dê autorização para reedificar Jerusalém. Neemias sabe muito bem que sua vida estará nas mãos do rei quando fizer o pedido. Fazer tal pedido diante do rei poderia ser altamente perigoso, mesmo para alguém que era protegido por ele, pois Artaxerxes I poderia entender o pedido de Neemias como uma afronta. Sabe-se que os reis do Antigo Oriente eram muito temperamentais, e suas reações muito imprevisíveis. O livro de Ester mostra que,afinal, é sempre um risco de vida chegar diante do rei (Et 4.11-16). Mas Neemias sabe que Deus é soberano, Senhor da história. E assim, nesse contexto da oração, ele pode usar a expressão “este homem” para designar o rei. Esta expressão não é tão anormal se se considerar que ela está sendo usada em oração diante de Deus, perante o qual o rei não passa de uma pessoa qualquer que também pode ser conduzida pela vontade de Deus.Por isso, a última decisão final será dada pelo Senhor da História!

sábado, 1 de outubro de 2011

PR RAYFRAN BATISTA MINISTRANDO NA 65ª ESCOLA BÍBLICA DE OBREIROS NO BELENZINHO -SP




A segunda mensagem do dia, foi ministrada pelo vice-presidente da Convenção Estadual das ADs no Maranhão (CEADEMA) e presidente da AD em Santa Inês (MA), pastor Rayfran Batista da Silva, ministrando pela primeira vez na EBO em São Paulo, seu tema contido na apostila foi ''A necessidade de transparência no cotidiano do ministério pastoral