segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

O PERIGO DE QUERER BARGANHAR COM DEUS





INTRODUÇÃO

Nesta lição iremos aprender que Deus condena a barganha e que seu relacionamento conosco não se dá de uma forma mercantil, mas por sua graça e seu favor imerecido (Tt 2.11). Veremos também que apesar de Cristo ter nos concedido direitos ao consumar a sentença pelos nossos pecados (Rm 6.23), deu-nos também deveres a serem cumpridos (Jo 15.10). E estes direitos não concedem a nenhum servo de Deus ousadia de exigir dele algo, mas de pedir (Hb 4.16). Enfim, analisaremos também os perigos que cercam aqueles que se deixam envolver por falsos ensinamentos.


I - CONCEITO DA PALAVRA BARGANHA


Segundo o Aurélio, a palavra barganha, vem do latim “bargagnare” e significa: trocar, negociar, vender com fraude. Ou seja, é a consagrada expressão brasileira do “toma lá, dá cá”. No contexto religioso, barganhar é usar a fé para obter vantagens pessoais.


II - O QUE SIGNIFICA TEOLOGIA DA BARGANHA


Segundo os teólogos da prosperidade, os cristãos devem obedecer a Deus para conquistar as bênçãos prometidas por Ele em Sua Palavra. Dizem que, se obedecermos a Deus, jamais sofreremos privações. Esse ensinamento pode ser denominado de Teologia da Barganha.

Na verdade, essa teologia era também defendida por um dos amigos de Jó, chamado de Elifaz. Este alegava veementemente que nenhum sofrimento poderia vir ao justo, mas somente ao ímpio; e que se este estava passando por qualquer infortúnio, o motivo seria pecado. Vejamos uma de suas declarações: “Lembra-te agora: qual é o inocente que jamais pereceu? E onde foram os sinceros destruídos? Segundo eu tenho visto, os que lavram iniquidade e semeiam o mal, segam isso mesmo. Com o hálito de Deus perecem; e com o sopro da sua ira se consomem” (Jó 4.7-9).

Será de fato isto que nos ensinam as Escrituras Sagradas? A obediência a Deus deve ter como motivação o mero interesse de alcançar seus favores? É evidente que não. As bênçãos devem ser consequência, e não causa da nossa devoção a Deus. Na verdade, esse comportamento se constitui numa relação mercantil, e não numa relação que o Pai deseja ter com seus filhos. A Bíblia aponta algumas motivações para nós obedecermos ao nosso Deus.

Destacaremos pelo menos três:

Amor: “Amarás, pois, ao SENHOR teu Deus, e guardarás as suas ordenanças, e os seus estatutos, e os seus juízos, e os seus mandamentos, todos os dias” (Dt 11:1). “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele” (Jo 14:21);
Gratidão: “Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios” (Sl 103:2). “Entrai pelas portas dele com gratidão, e em seus átrios com louvor; louvai-o, e bendizei o seu nome” (Sl 100:4);
Alegria: “Servi ao SENHOR com alegria; e entrai diante dele com canto” (Sl 100:2). “E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração” (At 2:46).


III - ALGUNS PRESSUPOSTOS DA TEOLOGIA DA BARGANHA


Os adeptos da Teologia da Prosperidade ensinam ainda em suas deturpações duas grandes inverdades: a falsa doutrina do direito legal, e a prática do determinismo. Vejamos ambas detalhadamente:

3.1 A falsa doutrina do direito legal: Essa crença afirma que a morte vicária de Cristo concedeu uma série de direitos aos que nele creem. Isto supostamente dá poder aos cristãos de exigirem de Deus seus favores, ao invés de pedir.

Observe o que diz Hagin em um de seus livros: “Descobri que o modo mais eficaz de se orar é aquele pelo qual você requer os seus direitos. É assim que eu oro: “Exijo meus direitos” (PIERATT, 1993, p.70 ).

Refutação: É verdade que o sacrifício de Cristo nos concedeu poder e/ou direitos (Jo 1:13), porém também nos responsabilizou com deveres (Ap 22.14). Tais direitos não poderão ser desfrutados se os deveres não forem cumpridos.

No entanto, isto não significa dizer que como filhos devemos exigir algo do Pai, pois, em nenhum lugar na Bíblia somos ensinados a exigir de Deus alguma coisa, pelo contrário, Jesus nos ensina a pedir: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á” (Mt 7:7). A expressão pedir no grego “aiteõ” sugere na maioria das vezes a atitude de um suplicante, ou seja, a petição daquele que está em posição inferior (o cristão), aquele que está em posição superior e a quem a petição é feita (Deus). Este verbo é encontrado nas seguintes passagens bíblicas: (Ef 3.20; Cl 1.9; Tg 1.5,6;4.2,3; I Jo 3.22; 5.14-16).

3.2 A prática do determinismo: Segundo essa doutrina, o cristão deve determinar ao invés de orar e esperar. Como podemos ver, esse falso ensinamento, contraria a soberania divina, de decidir, querer ou não ao crente o que este lhe pede. É o que ensina os teólogos da prosperidade: “Não orei uma só oração em 45 anos sem obter uma resposta.

Sempre recebi uma resposta - e a resposta foi sempre “sim”. Algumas pessoas dizem: “Deus sempre responde às orações. Às vezes diz: “Sim,” e às vezes diz: “Não”. Nunca li isto na Bíblia. Trata-se apenas de raciocínio humano (PIERATT, 1993, p. 79).

Refutação: Jesus e os seus santos apóstolos nunca ensinaram a prática de determinar alguma coisa, nem que sempre as respostas das orações seriam imediatas, mas, ensinaram a prática da oração seguida da perseverança: (Lc 18.1-7;Rm 12.12; I Ts 5.17). Daniel orou vinte um dias por uma resposta (Dn 10.2,12); Elias orou setes vezes consecutivas para que chovesse (I Rs 18.43,44). Outra coisa deve-se ressaltar, que nem sempre Deus responde com um “sim” as nossas petições, a exemplo disto temos: Moisés (Dt 3:25) e Paulo (II Co 12:7).


IV - O PERIGO DE SE TENTAR BARGANHAR COM DEUS


A difusão da Teologia da Barganha tem feito com que uma geração de crentes tornem-se materialistas, cheios de direitos, e pouco ou quase nenhum dever a ser cumprido, servindo a Deus apenas por conveniência. No entanto, os verdadeiros servos de Deus, lhe obedecem independente do que Deus lhes possa conceder, tais como: O patriarca Jó que, quando foi provado, perdeu tudo, porém, não deixou escapar a fé, o amor e esperança (Jó 19.25-27); como o profeta Habacuque que, apesar de estar passando privações, podia exultar no Senhor (Hc 3.17,18); e ainda como Misael, Hananias e Azarias, que não se curvaram diante do ídolo que Nabucodonosor, ainda que sentenciados a morte pela fornalha (Dn 3.17,18).

Os Teólogos da Prosperidade com seus ensinos deturpados, trazem consigo uma grande inversão de valores, pois, o material torna-se mais importante que o espiritual; o ter mais importante que o ser; e a terra mais importante que o céu. Não bastasse essa série de absurdos, outras doutrinas danosas a fé cristã, têm sido introduzidas de forma encoberta, entre as quais podemos citar:

4.1 Humanização de Deus e divinização do homem: Este estranho ensinamento é defendido a partir do momento que o homem passa a exigir, ao invés de pedir a Deus, e Deus passa a cumprir, porque é obrigado a fazê-lo. No entanto, a Bíblia nos diz que apesar de Deus interferir na criação, como um ser imanente (não se encontra a parte da sua criação), ele é um ser transcendende (é superior e está acima da criação), e que também é soberano para fazer como e quando quiser (Is 43.13). Diferente do homem que foi feito do pó (Gn 3.19), é menor que os anjos (Sl 8.4,5) e que seus mais altos atos de justiça são como trapos de imundícia diante da perfeição do Criador (Is 64.6);

4.2 Amar as coisas e usar as pessoas: Torna-se perceptível o tratamento que os propagadores da Teologia da prosperidade dão as pessoas. Com o objetivo de manterem seus programas na TV em horário nobre, fazem inúmeras campanhas para arrancar dos seus membros o que puder, alegando astuciosamente que estas ofertas são sementes, e que Deus lhes recompensará devolvendo cem ou até mil vezes mais. O apóstolo Pedro anteveu o surgimento desta falácia quando disse: “E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita” (II Pe 2.3). No entanto, é importante saber que Deus condena a barganha (Êx 23.8) pois o seu relacionamento conosco não se dá de uma forma comercial ou troca de favores (Dt 10.17), mas por sua graça e bondade (Sl 103.8);

4.3 Práticas mágicas ao invés da disciplina da oração: Ainda encontra-se entre os seus ensinos as práticas mágicas, ou seja, o caminho mais curto que a oração. A fé na Palavra fora substituída pela fé nos artefatos supostamente consagrados que trazem algum “poder”, como por exemplo (lenço, água, óleo, flor…). Como podemos ver a história se repete, pois tal comércio se fazia com relíquias na época de Lutero. Porém, a citação paulina: “Mas o justo viverá da fé” (Hc 2.4;Rm 1.17), que desabrochou na reforma protestante, e que resgatou a verdadeira direção da fé: a pessoa de Cristo (Jo 3.16), a Palavra de Cristo e o poder de Cristo (Mt 22.29).

CONCLUSÃO

Concluímos dizendo que o fato de sermos filhos Deus não significa dizer que Ele atenderá todos os nossos pedidos. Existem condições estabelecidas por Deus em Sua Palavra, para que possamos receber suas bençãos. Porém, faz-se necessário permanecer em Cristo (Jo 15.17); guardar seus mandamentos (I Jo 3.22); e orar de acordo com a Sua vontade (I Jo 5.14), pois se pedirmos mal, não seremos atendidos (Tg 4.3).

REFERÊNCIAS

PIERATT, Allan B. O evangelho da prosperidade. Vida Nova.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
GONÇALVES, José. A verdadeira prosperidade. CPAD
ANDRADE, Claudionor de. Lições Bíblicas: o sofrimento dos justos e o seu propósito. CPAD.
VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD.


FONTE:REDE BRASIL DE COMUNICAÇÃO

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

COMO IDENTIFICAR UM PREGADOR " ANIMADOR DE AUDITÓRIO"





Por Gutierres Siqueira


O artigo em apreço não tem por objetivo traçar perfil de algum pregador famoso, mas sim alertar contra os mercenários vestidos de ovelhas que andam em nosso derredor. Que possamos tomar o cuidado de que os nossos nomes não estejam no rol de membros do conselho de animadores de auditório! É tempo de tomarmos posição, pois daqui a pouco não acharemos quem pregue a Palavra, mas sobrarão aqueles que buscam entretenimento para o povo.Como identificar um animador de auditório? Abaixo estão algumas características nada virtuosas desses pregoeiros do triunfalismo utópico.

OS ANIMADORES DE AUDITÓRIO AMAM A POPULARIDADE

Ter nomes em camisetas, em placas de denominações, ser cogitado por várias igrejas e ter agenda impossível de ser cumprida, eis o sonho de todo animador de auditório. Querem popularidade, fama, glória! Para isso foi chamado o pregador do evangelho? Esse deve ser o objetivo daqueles que dizem seguir o humilde Nazareno? Fama e muitos seguidores é sinal de aprovação divina? É claro que não!
Alguém logo argumenta:- Ora, Jesus foi um homem popular em sua época! Mas é bom lembrar que Jesus não buscava popularidade, ele buscava almas! Jesus, mediante muitos de seus milagres dizia ao beneficiado que não contasse nada a ninguém. Quem foi o único homem digno de glória senão Jesus, mas ele “aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens” (Fp 2.7). Quis o manso Filho do Homem nos dar o exemplo!
Apesar da grande popularidade de Cristo, nos seus momentos de explosão de milagres, ele amargou o desprezo dos amigos e discípulos durante o caminho do Gólgota. Como bem havia profetizado o profeta messiânico: “Era desprezado e o mais indigno entre os homens, homem de dores, experimentado nos trabalhos e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum” (Is 53.3).

OS ANIMADORES DE AUDITÓRIO SÃO USUÁRIOS DO MARKETING PESSOAL.

Certo dia vi um cartaz na igreja em que estava: “Pregador Fulano de Tal, Conferencista, em suas reuniões acontece batismos no Espírito Santo, curas divina, libertações, bênçãos, mas tudo pelo poder de Deus”! Seria cômico se não fosse trágico, pois usa de uma falsa modéstia para falar que todas essas bênçãos, promotoras do seu marketing pessoal, que acontecem simplesmente pelo poder de Deus. É claro que um cartaz bem elaborado como esse, serve para fazer promoção de alguém que quer evidência. Podemos fazer propaganda de milagres? Tornar o poder de Deus algo sujeito a nossa manipulação? Determinar o dia em que um milagre vai acontecer? Isso é o dom da fé ou o mercantilismo da fé?
O animador de auditório fala muito de si mesmo, diz ele: “Eu fiz isso, eu fiz aquilo; no meu ministério acontece isso, acontece aquilo; aqui eu faço e acontece”. Sempre há muita arrogância e busca de auto-promoção. Esse animador é sempre o grande ungido que não pode ser contestado.

OS ANIMADORES DE AUDITÓRIO DESPREZAM A PREGAÇÃO EXPOSITIVA

Pregar sobre uma passagem bíblica de maneira profunda, bem estudada e pesquisada, além de levar os ouvintes a reflexão. Eis algo que os animadores de auditório abominam! Dizem logo que não precisam de esboços, pois o Espírito Santo revela. Ora, o Espírito Santo é limitado em expressar a sua vontade por meio de um esboço? O que esses animadores não querem admitir é que a pregação expositiva impede o seus teatrinhos, pois a centralidade é em torno da Palavra. Além disso, um sermão expositivo exige tempo e bom preparo, algo descabido na era dos descartáveis e das comidas-rápidas. Bem cantou o salmista: “A exposição das tuas palavras dá luz e dá entendimento aos símplices”(Sl 119.130).

OS ANIMADORES DE AUDITÓRIO DESPREZAM O ENSINO E O ESTUDO DA PALAVRA.

Como pode alguém dizer que foi chamado para o ministério pastoral se não tem apreço para o ensino. Pastor não foi chamado para cantar, construir templos, fazer campanhas sociais, tudo isso é bom, mas a principal missão do pastor é ensinar o seu rebanho. Já dizia o apóstolo Paulo ao jovem pastor Timóteo: “seja apto para ensinar”(I Tm 3.2). O ensino exige aprendizado. Aquele que ensina deve-se dedicar ao ensino (Rm 12.7). Escreveu o professor James I. Packer: Despreze o estudo de Deus e você estará sentenciando a si mesmo a passar a vida aos tropeções, como um cego, como se não tivesse nenhum senso de direção e não entendesse aquilo que o rodeia. Deste modo poderá desperdiçar sua vida e perder a alma.[1]
Os animadores de auditório não suportam sermões de conteúdo, pois eles querem é entretenimento. São como crianças que deveria ficar na escola, mas pulam o muro para jogar bola. O pregador não pode fugir da responsabilidade de trazer conteúdo bíblico aos seus ouvintes, como disse Paulo: “Pregues a Palavra, instes a tempo e fora de tempo. Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (II Tm 4.2, 15).

OS ANIMADORES DE AUDITÓRIO DESPREZAM TEMAS RELEVANTES EM SUAS PREGAÇÕES.

Você já foi em um grande congresso, onde esses animadores de auditório comparecem, cujo tema era “O fruto do Espírito” ou “A Santíssima Trindade”? Mas certamente você já foi em eventos que os verbos mais conjugados foram: receber, vencer, poder, ganhar, conquistar, sonhar, triunfar etc?! Infelizmente os temas essenciais da Bíblia são desprezados nos púlpitos. Onde estão aquelas pregações sobre o “caráter cristão”, “a graça de Deus”, “o céu e inferno”, “a justificação pela fé”, “a mortificação da carne”, “o preparo para um encontro com Deus” etc? Logos os animadores dizem: “Isso é tema para Escola Dominical”, mas eles nunca vão a Escola Bíblica Dominical! E quem disse que pregação não deve conter o temas essenciais da fé cristã?Para pregar os temas relevantes da fé cristã é preciso manejar bem a Palavra da Verdade e ser como Apolo, “varão eloquente e poderoso nas Escrituras” (Atos 18.24). Mas não basta somente boa oratória, eloquência e experiência em homilias, é necessário acima de tudo dominar as Escrituras, ser “instruído no caminho do Senhor” e ser “fervoroso de espírito”, sendo assim, o pregador vai falar e ensinar com diligência “as coisas do Senhor”(Atos 18.25), assim como Apolo. John Stott escreveu: O arauto cristão sabe que está tratando de assunto de vida ou morte. Anuncia a situação do pecador sob os olhos de Deus, e a ação salvadora de Deus, através da morte e ressurreição de Cristo, e o convida ao arrependimento e à fé. Como poderia tratar tais temas com fria indiferença?[2]
A partir do momento em que os pregadores esquecem o tema principal do evangelho, eles desprezam o próprio Senhor da Palavra. Quando desprezam o verdadeiro Deus passam a adorar o falso deus da teologia da prosperidade: Mamon! Isso acontece quando as doutrinas centrais do cristianismo são desprezadas.

OS ANIMADORES DE AUDITÓRIO DESPERTAM O EMOCIONALISMO.

O emocionalismo é ser guiado e orientado pelas emoções. A emoção é parte importante do culto cristão, pois nós, os seres humanos, somos emocionais e também racionais; o grande problema é que os animadores valorizam excessivamente a emoção em detrimento da razão. Os animadores chegam a afirmar que as pessoas não precisam compreender aquilo que acontece em suas reuniões ou dizem para que os cultuantes não usem a mente. Outros, mais ousados, ameaçam sua platéia dizendo que Deus condena os incrédulos, com se ter senso crítico fosse incredulidade. A Bíblia adverte contra a credulidade cega, que não analisa e vê, baseado nas Escrituras, aquilo que está engolindo (I Jo 4.1). Os animadores de auditório não gostam de uma platéia que pense!

OS ANIMADORES DE AUDITÓRIO PREGAM UM DEUS MERCANTILISTA.

Para os animadores Deus é obrigado a agradar os seus bons meninos dizimistas e ofertantes. A base do relacionamento com Deus é na troca: “Eu vou dar o dízimo para Deus me dar uma casa ou vou fazer uma grande oferta para arranjar uma linda noiva”. Ora, vejam com Deus é visto nos pensamento dos animadores, como um grande comerciante, melhor inclusive que aplicação na bolsa de valores.
Quão miserável é essa espiritualidade mercantilista, onde o dinheiro é visto com mediador entre o homem e Deus; onde a “divindade” faz trocas com homens materialistas. Ó quão miserável e podre doutrina dos animadores de auditório! Mas quão maravilhosa é a visão bíblica do Altíssimo, um Deus de amor que nos transmite graça sendo nos ainda pecadores, e que nos livra do pecado e da morte e nos dá uma nova vida em Cristo!

OS ANIMADORES DE AUDITÓRIO AMAM TÍTULOS.

Apesar do horror pelo estudo bíblico, os animadores gostam do título de Doutor em Divindades, que pode ser comprado por dois mil dólares em falsas faculdades nos Estados Unidos e no Brasil, mas só que na América de cima é mais chique! Ora, como alguém se torna doutor em apenas seis meses? (eis um rolo gospel do diploma).
Isso mostra que os animadores não estão preocupados com um estudo aprofundado das Escrituras ou até mesmo na trilha de uma carreira acadêmica, o que eles amam na verdade é os títulos. Hoje proliferam os auto proclamados bispos, profetas, apóstolos, arcanjos e daqui a pouco: semi-deus ou vice-deus. Mas é melhor não dar idéia.


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FONTE: Gutierres Siqueira é editor do blog Teologia Pentecostal. Divulgação: Púlpito Cristão

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

CONSIDERAÇÕES SOBRE SILAS MALAFAIA E A TEOLOGIA DA PROSPERIDADE





Respeito o pastor Silas Malafaia. Gosto de suas argumentações sobre a defesa da vida e dos valores morais esposados na Palavra de Deus. Considero Malafaia uma pessoa preparada para representar os evangélicos em audiências públicas a respeito do PLC 122, do aborto, etc. Tenho também amigos na igreja pastoreada por ele: a Assembleia de Deus Vitória em Cristo, na Penha-RJ.

Foi por isso que sempre evitei citar o nome de Malafaia, neste blog. Mas tenho uma palavra para ele e acredito que não ficará indignado contra mim, haja vista ser a minha mensagem bíblica e respeitosa.

Recentemente, Silas Malafaia concedeu uma entrevista à revista Igreja (novembro de 2011) e deu uma resposta que o tornou repreensível, à luz da Palavra de Deus. Peço a todos que admiram esse renomado pastor que não vejam este artigo como um ataque pessoal. Atentem para as referências bíblicas que vou citar e as considerem como palavras inspiradas do Senhor que se aplicam a todos que o servem.

“O senhor está sendo duramente criticado pelo setor mais conservador da igreja por causa da teologia da prosperidade pregada por alguns convidados de seu programa, como Morris Cerrullo e Mike Murdock. Como o senhor responde a estas criticas de que a teologia da prosperidade não tem base bíblica e é uma heresia?” — perguntou o entrevistador, da revista Igreja.

Antes de discorrer sobre a resposta de Malafaia, é importante corrigir duas coisas na pergunta acima. Primeira: não é somente o setor mais conservador da igreja que critica Malafaia por causa da teologia da prosperidade. Não se trata de extremistas combatendo extremistas. Na verdade, todos os cristãos equilibrados, que têm a Bíblia como a sua fonte primária de autoridade, são contrários à falaciosa teologia da prosperidade. Outra correção: tal heresia não tem sido pregada apenas por Morris Cerrulo e Mike Murdock. O próprio entrevistado é um dos seus propagadores.

Vamos à resposta do pastor Malafaia: “Primeiro quem fala isto é um idiota! Desculpe a expressão, mas comigo não tem colher de chá! Por que quando é membro eu quebro um galho, mas pastor não: é um idiota. Deveria até mesmo entregar a credencial e voltar a ser membro e aprender. Para começar não sabe nada de teologia, muito menos de prosperidade. Existe uma confusão e um radicalismo, e todo radicalismo não presta”.

Quem assiste às mensagens de Silas Malafaia, sabe que ele tem estilo próprio. Ele não escolhe muito as palavras. Mas tudo tem limite. Aliás, nosso limite está na Palavra de Deus. E o que está escrito em 1 Pedro 3.15? “Antes santificai a Cristo, como Senhor, em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós”.

Eu não sou perfeito. Silas Malafaia não é perfeito. Nenhum de nós é perfeito. Mas somos todos servos do Senhor. Qual é a recomendação do Senhor aos seus servos, em sua Palavra? Em 2 Timóteo 2.24,25 está escrito: “E ao servo do Senhor não convém contender, mas sim ser manso para com todos, apto para ensinar, sofredor; instruindo com mansidão os que resistem”.

Que mansidão e temor vemos em xingamentos a pastores? Alguém dirá: “O Silas é assim mesmo. É o jeito dele. Eu o conheço há muito tempo”. Reconheço que cada um tem uma personalidade. Mas, para que existe o fruto do Espírito, isto é, o Espírito Santo agindo em nós? Para moldar o nosso caráter e mudar o nosso interior, a fim de que sejamos astros nesse mundo tenebroso (Mt 5.13-16; Fp 2.14,15) e demonstremos a todos que temos amor, humildade, verdade, alegria, paz, longanimidade, justiça, benignidade, bondade, fé, mansidão, domínio próprio, etc. (Gl 5.22; Ef 5.9; 1 Pe 5.5).

“Há casos em que é preciso botar pra quebrar. Não dou colher de chá para pastores” — Malafaia poderá argumentar. Concordo, em parte. Jesus, o nosso paradigma (1 Jo 2.6; 1 Co 11.1; 1 Pe 2.21), realmente foi firme, quando necessário. Chamou os fariseus de hipócritas e condutores cegos (Mt 23) e Herodes de raposa (Lc 13.32), bem como verberou contra os maus pastores de algumas igrejas da Ásia (Ap 2-3). Entretanto, Malafaia precisa reconhecer — não para concordar comigo — que a sua resposta aos oponentes da teologia da prosperidade tem sido generalizante e desproporcional.

Muitos homens de Deus respeitadíssimos se opõem à teologia da prosperidade e ao pensamento mercantilista de Mike Murdock e Morris Cerullo. São todos eles idiotas que precisam entregar a credencial? O próprio Silas Malafaia, durante muitos anos, foi um ferrenho oponente da teologia da prosperidade. Há, inclusive, vídeos no YouTube que apresentam sua verberação contra essa heresia. Mas ele não entregou a sua credencial de pastor nem voltou a ser membro para aprender. Pelo que tudo indica, a sua mudança de crítico da aludida heresia para propagador dela ocorreu por influência do telemilionário Murdock e outros.

Concordo que todo o extremismo é perigoso, como disse Silas. Não é porque sou contrário à teologia da prosperidade que serei, por causa disso, favorável à teologia da miséria. Afinal, a Bíblia diz que devemos nos contentar com o que temos, e não nos conformar com o que temos (Fp 4.11-13; 1 Tm 6.8-10). Conformar-se é uma coisa. Contentar-se, outra. Posso estar contente com um carro velho, pois o contentamento vem do Senhor. Mas não preciso me conformar com isso, pois Deus pode me dar um carro melhor.

Por outro lado, é evidente que a teologia da prosperidade é uma aberração, à luz da Bíblia. Por quê? Porque ela é reducionista e prioriza a prosperidade material. Ela faz com que toda a mensagem da Bíblia gire em torno de conquista de dinheiro, bens, riquezas. E induz o crente a supervalorizar as coisas desta vida terrena e passageira, em detrimento das “coisas que são de cima” (Cl 3.1,2; 1 Co 15.57).

Sinceramente, penso que o pastor Silas Malafaia é um grande comunicador, uma pessoa muito influente. Gostaria muito que ele fosse mais equilibrado, coerente e adotasse uma conduta em tudo pautada nas Escrituras. Lamento — lamento muito mesmo — por ele ter abraçado a teologia da prosperidade e por usar impropérios contra quem se lhe opõe. Se usasse os dons que Deus lhe deu e o seu carisma para pregar o Evangelho de maneira contundente, com verdade (Jr 23.28), seria muito mais respeitado por cristãos e não-cristãos.

Com temor e tremor,

Ciro Sanches Zibordi

FONTE : BLOG DO CIRO

domingo, 22 de janeiro de 2012

ATÉ QUANDO SEREMOS LUZ DO MUNDO ?





Duas das mais fascinantes declarações de Jesus quando pronunciou o imortal Sermão da montanha foram estas: “Vós sois a luz do mundo” e “vós sois o sal da terra”, Mt 5.15,16.

É interessante observar que Jesus chamou os Seus discípulos de luz do mundo, mas em outra ocasião Ele declarou ser pessoalmente a luz do mundo, Jo 7.12.
Para que não se cometa erros na interpretação das duas assertivas, Ele esclareceu ser a Luz do mundo enquanto estivesse aqui na Terra.

Ou seja, após o fim do Seu ministério terreno e conseqüentemente Sua ascensão de volta ao Céu, a Igreja assumiria essa posição e essa função.

Todos sabemos que existem vários tipos de luz. As mais conhecidas e/ou populares são:
(a) Luz cósmica, Gn 1.5;
(b) Luz solar, Jr 31.36;
(c) Luz artificial, Mt 25.6 e
(d) Luz espiritual, Sl 4.8; Is 2.6;II Co 4.4,6.

A partir do primeiro capítulo da Bíblia, Deus esclarece e determina os propósitos básicos da luz, a saber:

(a) Separação, Gn 1.14; Ex 10.23; Jó 18.6; 38.15.
(b) Iluminação, Gn 1.15; Fp 2.15;
(c) Sinalização, Gn 1.14;
(d) Governo, Gn 1.16.

A Igreja tem compromissos múltiplos a cumprir na condição de luz do mundo. Ele deve manter-se separada do mundo, estabelecendo um limite que não deve ser transposto.
Ela deve fazer brilhar a luz do Evangelho, através da proclamação do Evangelho em suas diferentes dimensões: pessoal, familiar, comunitária, coletiva e mundial; deve sinalizar para o mundo os seus deveres, na condição de voz profética de Deus e, finalmente, deve impor sua autoridade sobre as impiedosas e destruidoras trevas que assolam o mundo.

Ela deve atentar para as características fundamentais da luz espiritual:

(a) Ela é divina, Sl 47.3; I Jo 1.5. Como luz do mundo, Jesus é SOL, Ml 4.12. Mas, também como luz, a Igreja é LUA, Ct 6.10, ou seja, a luz não lhe é inerente. Ela a recebe do Sol da justiça e a transmite para o mundo;
(b) Ela é permanente, Jó 18.5; Pv 18.9;
(c) Ela é outorgada, ou seja, a Igreja é despenseira da Luz divina, I Co 4.2; Sl 118.27. Precisamos ser zelosos, a fim de não deixarmos nossa luz no velador.
(d) Ela é regeneradora, I Ts 5.5; Ef 6.6. Quando os pecadores se encontram com a LUZ, é-lhes aberta a porta da transformação e da liberdade, , II Co 5.17; Jo 8.36.

A Igreja deve manter-se fiel aos seus compromissos com a LUZ, claramente estabelecidos na Palavra de Deus.

Não devemos compactuar com a escuridão moral e espiritual que tomou conta do mundo, mas manter-nos como o farol de Deus, todos os momentos e sempre.

Eis alguns de nossos compromissos:

(a) Andar na luz, I Jo 1.7; Jo 11.9;Sl 89.15; Is 2.5;
(b) Estar na luz, I Jo 2.9;
(c) Vestir as armas da luz, Rm 13.12.
(d) Trabalhar na luz, Jo 3.21; etc.

Ultimamente algumas ilustres figuras do meio evangélico parecem estar esquecidas de sua natureza e responsabilidade cristã, de modo que estão se aproximando excessivamente do ambiente de trevas.

Milhares de pessoas estão aplaudindo o fato de alguns segmentos da mídia nacional, antes totalmente contrários ao Evangelho, estarem agora abrindo espaço para cantores evangélicos, etc.

Mas há um grupo fiel que não fechou seus olhos e está conseguindo ver além da cortina. Já houve casos de cantores do Rei se exibirem ao lado de hostes de adoradores de demônios. Num desses casos, a cena foi presenciada por milhares, quase milhões. Foi deprimente saber que os que aplaudiram o hino sagrado tiveram de engolir as canções de Baal, que se lhe seguiram.

Quem pode assegurar que foi um ato evangelístico, evangelizante ou evangelizador?

Quem garante que algumas centenas de miseráveis pecadores se encontraram com Cristo naquela ocasião? Ou minha ótica estaria totalmente fora de foco?

Não estará em desenvolvimento uma perniciosa estratégia de Satanás, visando a confusão e a mistura do Evangelho de luz com o reino das trevas?

Será que nossos cantores realmente estão precisando de levar sua lâmpada para grandes palcos e depois permitirem que se ponha nelas um vinagre de Belial, ao invés do azeite do Espírito?

Já não basta a omissão do nome cristão (ou evangélico)?

Nós falamos a língua portuguesa e em português claro Evangelho é EVANGELHO (e não gospel). Não está sendo orquestrado um disfarce muito sutil, para nele, com ele e através dele começarmos a maquiar, a macular, e depois a perder a nossa identidade?
Seria isto o prelúdio de novos dias de Constantino? Se assim for, algum tempo mais tarde precisaremos de novos luteros.

Que a Luz da Igreja continue a ser luz. Que os pregadores do Evangelho preguem a Palavra. Que os cultos não sejam shows e sim cultos. Que os cantores sejam identificados como cristãos, como evangélicos e como representantes da Igreja do Senhor Jesus Cristo, e não meramente como representantes da música gospel.

Que a Igreja seja luz e não a deixe NEM SE DEIXE escurecer.

Que ela seja sal e não se deixe apodrecer.

Pr Geziel Gomes

sábado, 21 de janeiro de 2012

LIÇÃO 4 : A PROSPERIDADE EM O NOVO TESTAMENTO ( Subsidio EBD)




Os adeptos do Evangelho da Prosperidade afirmam que os cristãos têm direito as riquezas materiais. Se não estão prosperando financeiramente existem três razões: o desconhecimento deste direito, não estão confessando positivamente que serão ricos ou estão em pecado. É importante dizer que quando a Bíblia menciona pessoas ricas não percebemos nenhuma indicação de que suas situações financeiras positivas eram de ordem espiritual. Nisso está implícito o quê os pregadores do Evangelho da Prosperidade ensinam: pessoas ricas eram bem sucedidas financeiramente por causa da maneira como serviam a Deus. Porém, o Senhor nunca estipulou que a situação financeira de alguém fosse padrão, requisito, norma ou regra para alguém estar “de bem com Ele” e até mesmo comprovar sua salvação. Ninguém será salvo por ser rico ou condenado por ser pobre – ou vice-versa. Ninguém desfruta de um relacionamento e atendimento vip de Deus por ser rico.

Se fôssemos aderir o ensino do Evangelho da Prosperidade teríamos de admitir que Nicodemos (pertencente ao grupo dos fariseus) e José de Arimatéia além de piedosos e tementes a Deus estavam espiritualmente em melhor situação que os discípulos de Jesus. É verdade que a Bíblia menciona José de Arimatéia ser homem bom e justo, mas, mesmo assim foi necessário crer em Cristo e recebe-lo como seu Salvador. Por outro lado, os discípulos de Jesus deveriam ser os mais ricos dos homens, porém, a realidade comprova o contrário. Não quero ser acusado de “especulador grosseiro”, mas é fato que profissionalmente os discípulos de Jesus trabalhavam arduamente e mesmo assim foram selecionados por Jesus para comporem o grupo apostólico. Por que Jesus não vocacionou, para estar entre os doze, Nicodemos ou José de Arimatéia ou qualquer outro cidadão rico e bem sucedido profissionalmente em Israel?

Mateus fora coletor de impostos, uma profissão indigna a qualquer cidadão judeu. Ele não era um architelontes (coordenador, chefe dos coletores de impostos), mas um telontes (um simples cobrador de impostos). Os coletores de impostos (os publicanus) eram associados a pecadores (Mt 9.10-13), meretrizes (Mt 21.31,32) e pagãos (Mt 18.15-17). André e Simão Pedro, Pedro e João (filhos de Zebedeu) eram pescadores. Apesar de relativo sucesso profissional (arrisco a dizer que os quatro eram sócios - Lucas 5.7-10) eles tiravam do mar o sustento com muita dificuldade. Não tinham o luxo de comandarem dezenas de funcionários a partir do seu “escritório”, pois deviam estar em alto-mar pescando.

É certo também que os discípulos, à medida que eram chamados por Jesus, abandonavam seus ofícios e priorizavam em suas vidas o discipulado aos pés do Mestre. Porém, não observo em nenhum momento Jesus dizer a eles que agora que teriam deixado suas profissões e obedeceram a seu chamado, seriam ricos e não mais enfrentariam enfermidades. Nunca li um versículo onde Jesus tenha dito à eles que bastava terem conhecimento de que Deus não aprova a pobreza ou as doenças na vida dos que O servem e que confessando positivamente a prosperidade física ou financeira, de fato era isso que aconteceria.

Não é porque Deus é dono do “ouro e da prata”, como dizem alguns, que os que O servem também deve ser. Nós não somos donos de nada – nem da nossa própria vida. Deus tem abençoado muitos crentes com uma boa profissão, outros com heranças, com promoções no emprego, com oportunidades e condições financeiras de cursarem nível superior. Mas existem leis naturais e universais envolvidas nesse processo. Essa história de que Deus quer dar aos seus filhos os melhores carros, os melhores postos políticos ou empregatícios, as melhores roupas, as melhores casas, não passa de “conversa pra boi dormir”, “palavras jogadas ao vento”. Kenneth Hagin chega às raias do absurdo e da contradição quando diz que Jesus andou no Cadillac dos seus dias – um jumento. Sobre isso, preste atenção no que diz o Dr Alan Pieratt:

A ingenuidade da doutrina da prosperidade pode ser vista com total clareza na tentativa ridícula de Hagin no sentido de justificar a busca das riquezas, quando diz que Jesus andou no Cadillac de seus dias — um jumento. É difícil acreditar que ele não saiba que um jumento, ainda mais emprestado, estava muito abaixo da dignidade e do luxo conferidos por um cavalo ou uma carruagem. É a mesma coisa que chamar cimento de ouro.

TEXTOS BÍBLICOS USADOS PELOS PREGADORES DA PROSPERIDADE






Os pregadores da Prosperidade “usam e abusam” da má interpretação bíblica para enganar os crentes. Citam, por exemplo, os textos abaixo:

Também eu vos digo: Pedi e vos será dado; buscai e achareis; batei e vos será aberto. Pois todo o que pede, recebe; o que busca, acha; e ao que bate, se abrirá. (Lc 11.9,10).

Até agora, nada pedistes em meu nome; pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja completa. (Jo 16.24)

E tudo o que pedirdes com fé, em oração, vós o recebereis. (Mt 21.22)

se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta montanha: transporta-te daqui para lá, e ela se transportará, e nada vos será impossível. (Mt 17.20)

Em verdade, em verdade, vos digo: o que pedirdes ao Pai, ele vos dará em meu nome. (Jo 16.23)

E o que pedirdes em meu nome, eu o farei a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. Se me pedirdes algo em meu nome, eu o farei. (Jo 14.13, 14).

Todos estes versículos possuem uma interpretação sadia e correta e devem estar em concordância com o que Deus pensa sobre o tema.

Sobre Lucas 11.9, 10 o enfoque está em que não devemos desistir de orar por algo – temos de persistir. Isso nada tem a ver com pensamento positivo ou poder da mente. Também não está especificado no texto que são as riquezas ou a saúde física que serão prontamente atendidas ou terão uma resposta absolutamente positiva da parte de Deus. Leon Morris (Vida Nova, p. 185) interpreta que “Jesus não diz, e não quer dizer que, se orarmos, sempre obteremos o que pedimos. Afinal das contas ‘Não’ é uma resposta tão específica quanto ‘Sim’. Está dizendo que a verdadeira oração não deixa de ser ouvida ou de ser atendida. É sempre respondida na maneira que Deus considera melhor”.


João 14.13, 14 tem sido interpretado como se Deus pagasse um “cheque em branco”. O texto diz que Jesus faria “tudo” o que fosse pedido. É bênção ilimitada – dirão os defensores do Evangelho da Prosperidade. Porém, o texto estabelece dois limites concretos: em meu nome [no nome de Jesus] e para que o Pai seja glorificado. A primeira expressão significa pedir como Cristo pedia quando estava na terra e como pediria se estivesse em nosso lugar. Jesus sempre pedia coisas que glorificavam ao Pai e nunca para satisfazer seus desejos arbitrários e ilícitos. Ele sempre dizia “seja feita a Tua vontade”. Orar pedindo em nome de Jesus não significa tomar seu nome como se fosse uma fórmula mágica, um “abracadabra evangélico”, tendo a garantia Dele que Deus dará exatamente o que estamos pedindo. Portanto, qualquer coisa tais como mundanas, triviais, egoístas, para acalentar nossos interesses pessoais, está fora de cogitação em João 14.13, 14.


O texto de João 16.23 refere-se em primeiro lugar ao fato de que após a vinda do Espírito e depois do Pentecostes eles teriam acesso direto ao Pai, com base em Sua união com o Cristo glorificado. Isso pode ser entendido da expressão “naquele dia”. Jesus está dizendo que suas orações teria eficácia. Porém, segue o mesmo sentido de João 14.13, 14, que deveriam orar pelas mesmas coisas que Jesus orava; orar com a mesma atitude que Jesus orava, isto é, com reverência, dependência e submissão a vontade de Deus-Pai e orar tendo como base a obra realizada por Cristo na cruz. Nada de pedir riquezas, carros, mansões, absoluta saúde.


Em Mateus 17.30 Jesus reclama da pouca fé dos discípulos. A expressão “direis a este monte” trata-se de um exagero literário para indicar que, por mais que alguém tenha o mínimo de fé ainda assim pode mover coisas grandes ou resolver grandes dificuldades. No entanto, a expressão “nada vos será impossível” deve ser entendida e interpretada dentro do contexto das promessas de Jesus e de suas condições correspondentes. O nada ser impossível deve estar de acordo com a vontade de Deus, a oração sendo feita em nome de Jesus, para a glória de Deus e partir de um coração puro. O texto de Mateus 21.22 também tem o mesmo sentido.


A RIQUEZA NO NOVO TESTAMENTO


No Novo Testamento as riquezas não constitui um alvo a ser buscado e alcançado. Muito pelo contrário ela foi alvo de críticas e apresentada como um perigo. Jesus disse, em Mateus 6.24, que não devemos tê-la como senhor das nossas vidas: “Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom”. A Bíblia de Estudo Pentecostal anota o seguinte sobre o significado da expressão “Mamom” e explica o seguinte sobre as riquezas:

No original é mamom, um termo aramaico significando dinheiro ou outros bens terrenos valiosos. Jesus deixou bem claro que uma pessoa não pode ao mesmo tempo servir a Deus e às riquezas. (1) Servir à riqueza é dar-lhe um valor tão alto que: (a) colocamos nela nossa confiança e fé; (b) esperamos da parte dela nossa segurança máxima e felicidade; (c) confiamos que ela garantirá o nosso futuro; e (d) a buscamos mais do que o reino de Deus e sua justiça. (2) Acumular riquezas é um trabalho tão envolvente, que logo passa a controlar a mente e a vida da pessoa, até que a glória de Deus deixa de ter a primazia em nosso ser (Lc 16.13).

Jesus também disse na parábola do semeador que há um tipo de terreno onde a palavra de Deus e o evangelho lançado não prevalecem perfeitamente: é aquele em que a semente que caiu entre os espinhos. “e a que caiu entre espinhos, esses são os que ouviram, e, indo por diante, são sufocados com os cuidados, e riquezas, e deleites da vida, e não dão fruto com perfeição”. Os cuidados pessoais, os deleites, as riquezas, asfixiaram a semente e ela não pode produzir fruto com perfeição. Tornaram-se obstáculos. Isso os pregadores da prosperidade não dizem, não ensinam e nem pregam.

O apóstolo Paulo condenou com veemência (I Tm 6.9,10) os que anseiam por dinheiro: “Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores”. Disse também (Fp 4.11-13) que era maduro o suficiente para enfrentar as dificuldades da vida quanto a sua situação social, ao pregar o evangelho: “Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido me sei também ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade. Posso todas nas coisas naquele que me fortalece”. Paulo está dizendo que apesar das circunstâncias ele está satisfeito. O contentamento dele está em Cristo e não no que as coisas materiais poderiam trazer-lhe. O apóstolo diz que aprendeu a viver contente em toda e qualquer situação (v. 11), isto é, possuía suficiência espiritual para enfrentar as dificuldades. Então, no versículo 13 diz que a Pessoa, a fonte, que lhe ensinou como agir desta forma foi o Senhor Jesus, por isso que podia fazer todas as coisas, ou seja, tudo quando era necessário ao estar em Cristo.

NÃO FAÇO APOLOGIA DA POBREZA






Dito essas coisas a respeito das riquezas, quero deixar claro que a pobreza não é sinal da aprovação de Deus, não é sinal de espiritualidade, não deve ser incentivada, não deve se constituir em algo para ser vivida em toda a extensão da vida humana, não devemos nos conformar com ela. A pobreza, de fato não é conveniente nem boa. Muitos crentes vivem uma situação financeira extremamente difícil por serem pobres. Não creio que isso agrada a Deus. O Dr Alan Pieratt diz o seguinte:

Na cosmovisão da Bíblia nem a pobreza nem a prosperidade são virtudes, mas, entre as duas, um acesso relativo à prosperidade constitui o ideal bíblico. É isso que João desejou para seus leitores de 3 João 2. A prosperidade contra a qual a Bíblia prega é aquele acúmulo de bens que vem com a riqueza e que engana a mente e a alma, fazendo com que se sintam auto-suficientes, pensando que não devem nada a Deus ou aos homens. A prosperidade é um bem, se for concebida no sentido de uma vida ordeira e decente, sem uma preocupação excessiva com pagamento de contas, consumo e educação, onde sobra o necessário para ajudar o próximo.

Conheço muitos irmãos ricos que não colocam seus corações nos bens que possuem, são abnegados servos de Deus, e utilizam suas riquezas para auxiliarem os necessitados. Por outro lado, também, conheço crentes pobres que não temem a Deus, não são piedosos e são orgulhosos. Perante Deus não há pobre nem rico, preto ou branco, homem e mulher, mas todos são um só. A questão que interessa está em temermos ao Senhor, O colocarmos em primeiro lugar em tudo na nossa vida, observarmos a Sua Palavra e obedecermos a seus preceitos, e não em sermos pobres ou ricos.

Que o Senhor nos guarde e nos preserve em santidade!

FONTE:Blog de Teologia e Apologética por Gilson Barbosa....

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

A PERIGOSA INFLUÊNCIA DA TELEVISÃO NO SÉC XX I




Não porei coisa má diante dos meus olhos. Odeio a obra daqueles que se desviam; não se me pegará a mim. (Salmos 101.3)


A televisão trouxe inúmeros benefícios à sociedade. A comunicação tornou-se precisa, ágil e global. Ela encurtou as distâncias, democratizou a informação e abriu os canais do conhecimento para todos, em todos os lugares do mundo. Não obstante os grandes benefícios trazidos por ela, ela, também, pode tornar-se um grande perigo para a sociedade.

Temos percebido sua poderosa influência, quando mal usada, torna-se extremamente perigosa. A TV brasileira está em decadência. Os valores morais estão sendo pisoteados. As banalidades infiltram-se em milhões de lares todos os dias. A vergonha, a imoralidade, a violência, a falta de respeito são ingredientes para alavancar a audiência.


O renomado teólogo e escritor John Stott, no seu livro Eu creio na pregação, alerta sobre alguns perigos da televisão:


A preguiça mental – A televisão tende a tornar as pessoas mentalmente preguiçosas. Ela atrai, seduz e vicia e manipula as pessoas. É surpreendente a quantidade de tempo que as pessoas passam diante da televisão. Em média as pessoas gastam de três a cinco horas por dia diante da televisão. A televisão torna-se um vício, e esse vicio leva as pessoas a se tornarem passivas. Elas deixam de pensar e tornam-se preguiçosas mentalmente. A televisão tende a destruir nas pessoas a capacidade da crítica intelectual, produzindo nelas uma verdadeira flacidez mental.



A exaustão emocional – A televisão tende a tornar as pessoas emocionalmente insensíveis. As tragédias do mundo inteiro são despejadas dentro da nossa casa, e não tempos tempo para analisarmos todas essas coisas. No afã de mostrar a realidade, a televisão torna-se formadora de opinião, induzindo as pessoas às mesmas práticas que ela divulga. A violência e a imoralidade andam juntas na televisão. Dessa forma, ela não apenas retrata o que existe na sociedade, mas torna-se uma mestra dessas nulidades.



A confusão psicológica – A televisão tende a tornar as pessoas psicologicamente confusas. Ideias, conceitos , valores e filosofias tende são despejados diante das pessoas, e muitas vezes elas não têm o discernimento necessário para filtrar o que é certo e errado. A perda do sendo crítico e a incapacidade de avaliar o que está por trás da propagandas, das telenovelas, dos filmes e até mesmo de alguns documentários e noticiários produzem uma confusão psicológica de graves conseqüências.



A desorientação moral – A televisão tende a deixar as pessoas em desordem moral. A vastas maioria dos programas, especialmente aqueles que dão mais ibope, estão lotados de valores éticos e morais distorcidos e até mesmo nocivos para a família. A violência veiculada na televisão é uma verdadeira escola do crime. A telenovelas fazem apologia da infidelidade conjugal. Os valores morais absolutos são tripudiados, e a flacidez moral é enaltecida. Aqueles que se viciam na televisão alienam-se dentro de casa, matam a comunicação familiar e intoxicam com conceitos liberais e permissivos que conspiram contra a família e provocam verdadeira confusão moral.



O esfriamento espiritual – A televisão tende a deixar as pessoas apáticas espiritualmente. Muitas pessoas trocam o culto devocional pela televisão. As mulheres amam as novelas. A tela cheia de cor e brilho ocupa o lugar da oração e da Palavra de Deus. A comunhão com Deus e com a família é substituída pelo vicio da televisão.



O Eterno nos ajude a discernimos os tempos de frouxidão e liberalismo moral que estamos vivendo.


Marcelo de Oliveira

Bibliografia: STOTT, John. Eu creio na pregação. Editora Vida



FONTE BLOG: PR MARCELO OLIVEIRA

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

VALDEMIRO " ARIANO " SANTIAGO ( HEREGE)




Esta é uma postagem do blog do ministério Batista Beréia,que aqui reproduzo...(Rev.Renato Suhett,Anglicano-Diocese de Recife,comunhão anglicana)



Quando falo do advento do retorno de Cristo a terra, muitas pessoas acham que estou ficando neurótica.

Graças a Deus não, mas escrevendo algo que é fato na Palavra de Deus e que breve se cumprirá no mundo.


Um dos sinais da volta de Cristo será o aparecimento de falsos profetas e, isto não é de hoje desde a primeira profecia escrita sobre o assunto na Palavra de Deus, que muitos falsos profetas têm surgido ao longo dos séculos.

Semana passada o “apóstolo Valdemiro Santiago declarou que Jesus é um ser criado, ou seja, Jesus não é sempiterno (que não teve principio e jamais terá fim). Segundo Waldemiro, Jesus foi à primeira criação de Deus.


Veja o que ele disse: “ Muita gente pela tradição da religião, não entende a historia de Jesus. Alguns falam de natal, mas ninguém sabe o dia exato em que Jesus Cristo nasceu. Segundo que Jesus já existia muito antes de tudo. Ele é a imagem do Deus invisível, a encarnação do verbo. Mas ele não é sempiterno, é eterno. O pai que é Deus é sempiterno, aquele que antes dele nunca existiu como ele, nem existirá depois dele, sempre existiu e sempre existirá. A primeira obra dele foi Jesus Cristo”.


Eu gostaria muito de saber em que Seminário Valdemiro estudou, que obras teológicas ou literárias ele lê, para afirmar uma heresia explícita dessas. Na verdade, creio que ele nem estudou, que é fruto das escolas heréticas de seus ex-pastores.


Para que entendamos que o que Waldemiro disse é heresia, vamos nos reportar ao ano 325 D.C no Concílio de Nicéia. Ário bispo de Alexandria, no Egito proclamou: Jesus era divino, mas não era Deus. Só o Pai pode ser imortal, pois o filho é um ser criado. Em oposição a Ário se colocaram Alexandre e Atanásio que afirmava que o Logos era eterno e era o próprio Deus que apareceu em Jesus. Veja abaixo, que defesa maravilhosa:


“Deus é Pai apenas porque é o Pai do Filho. Assim o Filho não teria tido começo e o Pai estaria com o Filho eternamente. Portanto, o Filho seria o filho eterno do Pai, e o Pai, o Pai eterno do Filho.”


Após o término do Concílio a heresia de Àrio foi rejeitada:


“Um só Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus; gerado do pai, unigênito da essência do Pai, Deus de Deus, Luz de Luz, verdadeiro Deus de verdadeiro Deus, gerado não feito, consubstancial com o Pai, por quem todas as coisas foram feitas no céu e na terra; o qual, por nós homens e pela nossa salvação desceu do céu e encarnou e foi feito homem todos os que dizem que houve um tempo que ele não existiu, ou que não existiu antes de ser feito, e que foi feito do nada ou de alguma outra substância ou coisa, ou que o Filho de Deus é criado ou mutável, ou alterável, são condenados pela Igreja”.

Pergunto aos seguidores de Valdemiro: Vocês creem que Jesus é Deus? Continuarão crendo, mesmo sabendo que seu líder não crê? Como pode o “apóstolo” dizer que cura no nome de alguém que não é Deus, se só Deus pode curar?

Espero que o “apóstolo” repense o que disse e se arrependa, pois heresia é que nem câncer, se espalha rapidamente.


nEle que disse: Antes que Abraão existisse, EU SOU!
(Jo 8.58)


Fonte: Micheline Gomes