EM DEFESA DA FÉ CRISTÃ ATÉ O ARREBATAMENTO. "Há dois modos de escrever. Um, é escrever com a ideia de não desagradar ou chocar alguém (...) Outro modo é dizer desassombradamente o que pensa, dê onde der, haja o que houver: cadeia, forca, exílio" (Monteiro Lobato, Carta a João Palma Neto, São Paulo, 24/1/1948).
sábado, 21 de janeiro de 2012
LIÇÃO 4 : A PROSPERIDADE EM O NOVO TESTAMENTO ( Subsidio EBD)
Os adeptos do Evangelho da Prosperidade afirmam que os cristãos têm direito as riquezas materiais. Se não estão prosperando financeiramente existem três razões: o desconhecimento deste direito, não estão confessando positivamente que serão ricos ou estão em pecado. É importante dizer que quando a Bíblia menciona pessoas ricas não percebemos nenhuma indicação de que suas situações financeiras positivas eram de ordem espiritual. Nisso está implícito o quê os pregadores do Evangelho da Prosperidade ensinam: pessoas ricas eram bem sucedidas financeiramente por causa da maneira como serviam a Deus. Porém, o Senhor nunca estipulou que a situação financeira de alguém fosse padrão, requisito, norma ou regra para alguém estar “de bem com Ele” e até mesmo comprovar sua salvação. Ninguém será salvo por ser rico ou condenado por ser pobre – ou vice-versa. Ninguém desfruta de um relacionamento e atendimento vip de Deus por ser rico.
Se fôssemos aderir o ensino do Evangelho da Prosperidade teríamos de admitir que Nicodemos (pertencente ao grupo dos fariseus) e José de Arimatéia além de piedosos e tementes a Deus estavam espiritualmente em melhor situação que os discípulos de Jesus. É verdade que a Bíblia menciona José de Arimatéia ser homem bom e justo, mas, mesmo assim foi necessário crer em Cristo e recebe-lo como seu Salvador. Por outro lado, os discípulos de Jesus deveriam ser os mais ricos dos homens, porém, a realidade comprova o contrário. Não quero ser acusado de “especulador grosseiro”, mas é fato que profissionalmente os discípulos de Jesus trabalhavam arduamente e mesmo assim foram selecionados por Jesus para comporem o grupo apostólico. Por que Jesus não vocacionou, para estar entre os doze, Nicodemos ou José de Arimatéia ou qualquer outro cidadão rico e bem sucedido profissionalmente em Israel?
Mateus fora coletor de impostos, uma profissão indigna a qualquer cidadão judeu. Ele não era um architelontes (coordenador, chefe dos coletores de impostos), mas um telontes (um simples cobrador de impostos). Os coletores de impostos (os publicanus) eram associados a pecadores (Mt 9.10-13), meretrizes (Mt 21.31,32) e pagãos (Mt 18.15-17). André e Simão Pedro, Pedro e João (filhos de Zebedeu) eram pescadores. Apesar de relativo sucesso profissional (arrisco a dizer que os quatro eram sócios - Lucas 5.7-10) eles tiravam do mar o sustento com muita dificuldade. Não tinham o luxo de comandarem dezenas de funcionários a partir do seu “escritório”, pois deviam estar em alto-mar pescando.
É certo também que os discípulos, à medida que eram chamados por Jesus, abandonavam seus ofícios e priorizavam em suas vidas o discipulado aos pés do Mestre. Porém, não observo em nenhum momento Jesus dizer a eles que agora que teriam deixado suas profissões e obedeceram a seu chamado, seriam ricos e não mais enfrentariam enfermidades. Nunca li um versículo onde Jesus tenha dito à eles que bastava terem conhecimento de que Deus não aprova a pobreza ou as doenças na vida dos que O servem e que confessando positivamente a prosperidade física ou financeira, de fato era isso que aconteceria.
Não é porque Deus é dono do “ouro e da prata”, como dizem alguns, que os que O servem também deve ser. Nós não somos donos de nada – nem da nossa própria vida. Deus tem abençoado muitos crentes com uma boa profissão, outros com heranças, com promoções no emprego, com oportunidades e condições financeiras de cursarem nível superior. Mas existem leis naturais e universais envolvidas nesse processo. Essa história de que Deus quer dar aos seus filhos os melhores carros, os melhores postos políticos ou empregatícios, as melhores roupas, as melhores casas, não passa de “conversa pra boi dormir”, “palavras jogadas ao vento”. Kenneth Hagin chega às raias do absurdo e da contradição quando diz que Jesus andou no Cadillac dos seus dias – um jumento. Sobre isso, preste atenção no que diz o Dr Alan Pieratt:
A ingenuidade da doutrina da prosperidade pode ser vista com total clareza na tentativa ridícula de Hagin no sentido de justificar a busca das riquezas, quando diz que Jesus andou no Cadillac de seus dias — um jumento. É difícil acreditar que ele não saiba que um jumento, ainda mais emprestado, estava muito abaixo da dignidade e do luxo conferidos por um cavalo ou uma carruagem. É a mesma coisa que chamar cimento de ouro.
TEXTOS BÍBLICOS USADOS PELOS PREGADORES DA PROSPERIDADE
Os pregadores da Prosperidade “usam e abusam” da má interpretação bíblica para enganar os crentes. Citam, por exemplo, os textos abaixo:
Também eu vos digo: Pedi e vos será dado; buscai e achareis; batei e vos será aberto. Pois todo o que pede, recebe; o que busca, acha; e ao que bate, se abrirá. (Lc 11.9,10).
Até agora, nada pedistes em meu nome; pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja completa. (Jo 16.24)
E tudo o que pedirdes com fé, em oração, vós o recebereis. (Mt 21.22)
se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta montanha: transporta-te daqui para lá, e ela se transportará, e nada vos será impossível. (Mt 17.20)
Em verdade, em verdade, vos digo: o que pedirdes ao Pai, ele vos dará em meu nome. (Jo 16.23)
E o que pedirdes em meu nome, eu o farei a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. Se me pedirdes algo em meu nome, eu o farei. (Jo 14.13, 14).
Todos estes versículos possuem uma interpretação sadia e correta e devem estar em concordância com o que Deus pensa sobre o tema.
Sobre Lucas 11.9, 10 o enfoque está em que não devemos desistir de orar por algo – temos de persistir. Isso nada tem a ver com pensamento positivo ou poder da mente. Também não está especificado no texto que são as riquezas ou a saúde física que serão prontamente atendidas ou terão uma resposta absolutamente positiva da parte de Deus. Leon Morris (Vida Nova, p. 185) interpreta que “Jesus não diz, e não quer dizer que, se orarmos, sempre obteremos o que pedimos. Afinal das contas ‘Não’ é uma resposta tão específica quanto ‘Sim’. Está dizendo que a verdadeira oração não deixa de ser ouvida ou de ser atendida. É sempre respondida na maneira que Deus considera melhor”.
João 14.13, 14 tem sido interpretado como se Deus pagasse um “cheque em branco”. O texto diz que Jesus faria “tudo” o que fosse pedido. É bênção ilimitada – dirão os defensores do Evangelho da Prosperidade. Porém, o texto estabelece dois limites concretos: em meu nome [no nome de Jesus] e para que o Pai seja glorificado. A primeira expressão significa pedir como Cristo pedia quando estava na terra e como pediria se estivesse em nosso lugar. Jesus sempre pedia coisas que glorificavam ao Pai e nunca para satisfazer seus desejos arbitrários e ilícitos. Ele sempre dizia “seja feita a Tua vontade”. Orar pedindo em nome de Jesus não significa tomar seu nome como se fosse uma fórmula mágica, um “abracadabra evangélico”, tendo a garantia Dele que Deus dará exatamente o que estamos pedindo. Portanto, qualquer coisa tais como mundanas, triviais, egoístas, para acalentar nossos interesses pessoais, está fora de cogitação em João 14.13, 14.
O texto de João 16.23 refere-se em primeiro lugar ao fato de que após a vinda do Espírito e depois do Pentecostes eles teriam acesso direto ao Pai, com base em Sua união com o Cristo glorificado. Isso pode ser entendido da expressão “naquele dia”. Jesus está dizendo que suas orações teria eficácia. Porém, segue o mesmo sentido de João 14.13, 14, que deveriam orar pelas mesmas coisas que Jesus orava; orar com a mesma atitude que Jesus orava, isto é, com reverência, dependência e submissão a vontade de Deus-Pai e orar tendo como base a obra realizada por Cristo na cruz. Nada de pedir riquezas, carros, mansões, absoluta saúde.
Em Mateus 17.30 Jesus reclama da pouca fé dos discípulos. A expressão “direis a este monte” trata-se de um exagero literário para indicar que, por mais que alguém tenha o mínimo de fé ainda assim pode mover coisas grandes ou resolver grandes dificuldades. No entanto, a expressão “nada vos será impossível” deve ser entendida e interpretada dentro do contexto das promessas de Jesus e de suas condições correspondentes. O nada ser impossível deve estar de acordo com a vontade de Deus, a oração sendo feita em nome de Jesus, para a glória de Deus e partir de um coração puro. O texto de Mateus 21.22 também tem o mesmo sentido.
A RIQUEZA NO NOVO TESTAMENTO
No Novo Testamento as riquezas não constitui um alvo a ser buscado e alcançado. Muito pelo contrário ela foi alvo de críticas e apresentada como um perigo. Jesus disse, em Mateus 6.24, que não devemos tê-la como senhor das nossas vidas: “Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom”. A Bíblia de Estudo Pentecostal anota o seguinte sobre o significado da expressão “Mamom” e explica o seguinte sobre as riquezas:
No original é mamom, um termo aramaico significando dinheiro ou outros bens terrenos valiosos. Jesus deixou bem claro que uma pessoa não pode ao mesmo tempo servir a Deus e às riquezas. (1) Servir à riqueza é dar-lhe um valor tão alto que: (a) colocamos nela nossa confiança e fé; (b) esperamos da parte dela nossa segurança máxima e felicidade; (c) confiamos que ela garantirá o nosso futuro; e (d) a buscamos mais do que o reino de Deus e sua justiça. (2) Acumular riquezas é um trabalho tão envolvente, que logo passa a controlar a mente e a vida da pessoa, até que a glória de Deus deixa de ter a primazia em nosso ser (Lc 16.13).
Jesus também disse na parábola do semeador que há um tipo de terreno onde a palavra de Deus e o evangelho lançado não prevalecem perfeitamente: é aquele em que a semente que caiu entre os espinhos. “e a que caiu entre espinhos, esses são os que ouviram, e, indo por diante, são sufocados com os cuidados, e riquezas, e deleites da vida, e não dão fruto com perfeição”. Os cuidados pessoais, os deleites, as riquezas, asfixiaram a semente e ela não pode produzir fruto com perfeição. Tornaram-se obstáculos. Isso os pregadores da prosperidade não dizem, não ensinam e nem pregam.
O apóstolo Paulo condenou com veemência (I Tm 6.9,10) os que anseiam por dinheiro: “Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores”. Disse também (Fp 4.11-13) que era maduro o suficiente para enfrentar as dificuldades da vida quanto a sua situação social, ao pregar o evangelho: “Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido me sei também ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade. Posso todas nas coisas naquele que me fortalece”. Paulo está dizendo que apesar das circunstâncias ele está satisfeito. O contentamento dele está em Cristo e não no que as coisas materiais poderiam trazer-lhe. O apóstolo diz que aprendeu a viver contente em toda e qualquer situação (v. 11), isto é, possuía suficiência espiritual para enfrentar as dificuldades. Então, no versículo 13 diz que a Pessoa, a fonte, que lhe ensinou como agir desta forma foi o Senhor Jesus, por isso que podia fazer todas as coisas, ou seja, tudo quando era necessário ao estar em Cristo.
NÃO FAÇO APOLOGIA DA POBREZA
Dito essas coisas a respeito das riquezas, quero deixar claro que a pobreza não é sinal da aprovação de Deus, não é sinal de espiritualidade, não deve ser incentivada, não deve se constituir em algo para ser vivida em toda a extensão da vida humana, não devemos nos conformar com ela. A pobreza, de fato não é conveniente nem boa. Muitos crentes vivem uma situação financeira extremamente difícil por serem pobres. Não creio que isso agrada a Deus. O Dr Alan Pieratt diz o seguinte:
Na cosmovisão da Bíblia nem a pobreza nem a prosperidade são virtudes, mas, entre as duas, um acesso relativo à prosperidade constitui o ideal bíblico. É isso que João desejou para seus leitores de 3 João 2. A prosperidade contra a qual a Bíblia prega é aquele acúmulo de bens que vem com a riqueza e que engana a mente e a alma, fazendo com que se sintam auto-suficientes, pensando que não devem nada a Deus ou aos homens. A prosperidade é um bem, se for concebida no sentido de uma vida ordeira e decente, sem uma preocupação excessiva com pagamento de contas, consumo e educação, onde sobra o necessário para ajudar o próximo.
Conheço muitos irmãos ricos que não colocam seus corações nos bens que possuem, são abnegados servos de Deus, e utilizam suas riquezas para auxiliarem os necessitados. Por outro lado, também, conheço crentes pobres que não temem a Deus, não são piedosos e são orgulhosos. Perante Deus não há pobre nem rico, preto ou branco, homem e mulher, mas todos são um só. A questão que interessa está em temermos ao Senhor, O colocarmos em primeiro lugar em tudo na nossa vida, observarmos a Sua Palavra e obedecermos a seus preceitos, e não em sermos pobres ou ricos.
Que o Senhor nos guarde e nos preserve em santidade!
FONTE:Blog de Teologia e Apologética por Gilson Barbosa....
Assinar:
Postar comentários (Atom)
eu como servo de deus gostei muito deste texto eu sempre me pego com a quele versiculo mat 06/33 mas buscai primeiro o reino de deus e as suas justiça e as demais coisas vos serao acrecentada parabens janailson que deus continue te abençoando deus tem grandes coisas para fazer na tua vida e da tua familia irmao nilson orem por mim
ResponderExcluirAGRADEÇO AO IRMÃO A GENTILEZA DE SEU NOBRE COMENTÁRIO ESTAREI ORANDO POR VC .....
ResponderExcluir