quinta-feira, 31 de março de 2011

COMO A IGREJA DISTORCEU A MENSAGEM DA CRUZ




Eu começo a segunda parte da “Teologia da Cruz” exibindo ipsis litteris o que eu recebi pela internet. Trata-se do desabafo de um padre católico, que elaborou muito bem sua resposta à demanda jurídica SOBRE A RETIRADA DOS SÍMBOLOS RELIGIOSOS DOS LUGARES PÚBLICOS.

Ação do Ministério Público Federal que pede a retirada de símbolos religiosos nos locais públicos federais de São Paulo. Sobre a decisão de retirarem a Cruz dos lugares públicos.

Que resposta bem dada de um padre consciente!

Espalhe que esta é boa....

Esse Frade falou em nome de todos os cristãos.



Sobre a decisão de retirarem a Cruz dos lugares públicos, temos a resposta muito bem elaborada de um padre consciente!

Sou Padre católico e concordo plenamente com o Ministério Público de São Paulo, por querer retirar os símbolos religiosos das repartições públicas...


Nosso Estado é laico e não deve favorecer esta ou aquela religião.

A Cruz deve ser retirada!


Nunca gostei de ver a Cruz em tribunais, onde os pobres têm menos direitos que os ricos e onde sentenças são vendidas e compradas.

Não quero ver a Cruz nas Câmaras Legislativas, onde a corrupção é a moeda mais forte.

Não quero ver a Cruz em delegacias, cadeias e quartéis, onde os pequenos são constrangidos e torturados.

Não quero ver a Cruz em prontos-socorros e hospitais, onde pessoas (pobres) morrem sem atendimento.

É preciso retirar a Cruz das repartições públicas, porque Cristo não abençoa a sórdida política brasileira, causa da desgraça dos pequenos e pobres.


Mas se vamos retirar a Cruz (ou a sua real mensagem) de algumas instituições, pelo fato de elas fazerem o oposto do que o símbolo exige em sua mensagem, precisamos, primeiramente, ser honestos em relação a realidades passadas e presentes e fazer uma profunda varredura em nossas igrejas. Em segundo lugar nós, cristãos-evangélicos – para sermos bem sinceros com a Cruz de Cristo e sua boas novas –, estamos devendo muito a Deus e a Jesus. Pois a razão da Cruz de Cristo – libertação do homem do sistema sacrificalista – foi perdida pela igreja. Pior: tudo que a Cruz se tornou com a morte do Filho de Deus para consumar todos os sacrifícios, rituais, cerimoniais, foi subvertido pela igreja, que fez o retorno dos homens aos sacrifícios, às penitências, indulgências, num claro desprezo a tudo quanto a Cruz de Cristo representou e representa em termos de libertação.


Portanto...



Usar a Cruz de Cristo como amuleto e símbolo de opressão é um dos piores sacrilégios que uma instituição que se diz cristã pode cometer.


Usar a Cruz de Cristo com formato de espada para matar milhares e milhões de vidas foi um dos maiores pecados da igreja.


Usar a Cruz de Cristo para explorar os ricos e oprimir os pobres é ato condenável pelas Escrituras.



Usar a Cruz de Cristo a fim de manter o povo subjugado a práticas sacrificiais que a própria Cruz os libertou é de novo crucificar o Filho de Deus.



Usar a Cruz de Cristo para manter as práticas servis das pessoas, num ato de ver seus pecados perdoados, é vituperar o sacrifício de Jesus.


Usar a Cruz de Cristo como elemento de superstição, levando milhões de pessoas ao engano de pensar que estão protegidas é prática dissimulada contra a fé pública.


Por isso...



Eu não quero ver a Cruz de Cristo em instituições cristãs que só usam a Cruz como instrumento mágico para aumentar a superstição religiosa, subjugando pessoas a se tornarem “pagadores de promessas”, “escadas-da-penha” ou coisa que o valha.



Eu não quero ver a Cruz de Cristo (a sua mensagem) em instituições cristãs que sabem apenas cantar e decantar poeticamente a Cruz, mas não tem nenhum entendimento sobre a sua importância e a sua natureza libertadora.


Eu não quero ver a Cruz de Cristo em instituições cristãs que negam a eficácia do sacrifício do Filho de Deus por todos os seres humanos, pelo fato de não entenderem nada sobre a real mensagem da Cruz.



Eu não quero ver a Cruz de Cristo em instituições que insistem em trazer de volta os sacrifícios que foram – todos eles – cravados para sempre no Calvário, fazendo a salvação de Cristo ser algo descartável e sem eficácia.


Eu não quero ver a Cruz de Cristo em instituições cristãs que fazem do pecado e da punição sua moeda de troca a fim de auferirem lucros em cima do povo simples e miserável.


Eu não quero ver a Cruz de Cristo em instituições cristãs que desvirtuaram a real mensagem da Cruz, reduzindo-a a um mercantilismo barato de consumo do sagrado.



Eu não quero ver a Cruz de Cristo em instituições cristãs que renovam a ideia de sacerdócios fechados, lugares sagrados e inacessíveis ao homem comum, pois isso é vituperar o sacrifício de Jesus, o qual nos abriu um novo vivo caminho para Deus sem precisarmos de mediadores humanos.



Eu não quero ver a Cruz de Cristo em instituições cristãs que, como forma de controle, trazem de volta jugos e fardos pesados que o sacrifício de Jesus já destruiu.



Eu não quero ver a Cruz de Cristo em instituições cristãs que levam as pessoas à prática da vida cristã em forma de sacrifício: oram, jejuam, se consagram, vão ao monte, evangelizam, vão à igreja tendo que fazer alguma para Deus a fim de aplacar a sua ira.


Escute...



Não é o que eu faço para Deus que me garante a salvação em Jesus, mas, sim, o que já foi feito por mim na Cruz do Calvário, através de Jesus. Isto porque Ele (Jesus) é o sacrifício que me livra de todos os sacrifícios. As boas obras devem ser feitas por mim não para me salvar, mas porque eu já sou salvo (ponto).


Portanto, eu não oro para ser espiritual; eu oro porque já sou espiritual;

eu não jejuo para ser espiritual; eu jejuo porque já sou espiritual;

eu não leio a Bíblia para ser espiritual, eu leio a Bíblia porque já sou espiritual.

"Pela graça sois salvos; por meio da fé, e isto não vem de vós é dom de Deus, não vem de obras para que ninguém se glorie" (Efésios 2.8).


Rev. Paulo Cesar Lima

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